sábado, 25 de maio de 2013

"Desaparecida" de Katy Gardner [Opinião]

O primeiro livro que li de Katy Gardner foi "O Presságio da Sereia", já há vários anos e confesso que mal me lembrava que o tinha lido. Assim, foi muito bom ter a oportunidade, graças a um empréstimo, de ler um novo livro da autora.

Antes de mais, devo dizer que esta capa não me parece muito apropriada para o livro. As capas são sempre, ou na maior parte das vezes, o primeiro contacto que temos com um livro e nem sempre elas retratam na perfeição a história que vem lá dentro.
No caso deste livro, a capa super fofa e com tons de cor-de-rosa esconde, na verdade, uma história muito excitante, um thriller que provoca arrepios e emoções fortes.

Em relação à história, tudo começa quando Poppy, filha de Mel, desaparece enquanto ambas jogam às escondidas. Poppy é uma criança de sete anos que viu a sua vida mudar radicalmente: a mãe voltou a casar-se, mudaram para uma nova casa e Poppy tem ainda de se adaptar à nova escola e ao irmão recém-nascido.
No momento do desaparecimento, testemunhas viram um carro familiar a afastar-se do local, com Simon, o padrasto de Poppy, ao volante.
Para a polícia, este caso é uma luta contra o tempo; para Mel, é uma questão de vida ou de morte.

A história é-nos contada na primeira pessoa, na perspetiva de Mel, o que nos permite sentir mais empatia e compreender melhor os receios e preocupações desta mãe, que deseja desesperadamente ter a sua filha de volta. A narrativa divide-se entre o presente e o passado, desde que Mel conheceu e se apaixonou por Simon. Paralelamente, vamos conhecendo também o ponto de vista do inspetor responsável pelo caso.

A autora criou um enredo que prende o leitor do princípio ao fim; o suspense é constante e há muito mistério nesta história, onde tudo nos leva a acreditar que Simon é o raptor. O final é surpreendente e capaz de provocar alguns arrepios.

Fiquei muito surpreendida com este livro e com a escrita da autora (já não me lembrava de que ela escreve de forma tão cativante) e tenciono continuar a ler os seus romances.

Classificação: 4/5 estrelas

sábado, 18 de maio de 2013

"A Rainha Branca" de Philippa Gregory [Opinião]

O grande alarido à volta dos livros de Philippa Gregory foi o que me levou a querer estrear-me na obra da autora. Decidi começar por ler "A Rainha Branca", o primeiro volume de uma trilogia sobre a "Guerra entre Primos", passada em plena Guerra das Rosas.

Esta é a história de Isabel Woodville, uma plebeia que ascende à realeza e que revela estar à altura de todas as exigências da sua posição social. Enquanto luta fortemente pelo sucesso da sua família, esta rainha vai estar no centro de um intrigante mistério: o desaparecimento dos dois príncipes, filhos de Eduardo IV, na Torre.

Neste livro encontramos uma grande vertente histórica e cultural, mas também alguns elementos ficcionais e explicações inventadas pela autora, tal como ela explica na nota no final do livro.
A escrita da autora é muito cativante e o facto da história ser contada na primeira pessoa torna a leitura mais envolvente. Gostei muito de conhecer esta rainha e vê-la a ser retratada com uma personalidade tão forte, o que não era comum na época retratada no livro.

Além das muitas batalhas, conspirações e intrigas, este livro apresenta também uma linda história de amor entre Eduardo e Isabel, bem como o amor e preocupação de Isabel pela sua família e o grande companheirismo que tem com a sua mãe. A juntar a tudo isto, existe ainda o mistério do desaparecimento dos seus filhos na Torre e um aspeto mais ficcional, nomeadamente a introdução da magia e da lenda de Melusina.

Atribuir apenas 3 estrelas a este livro pode parecer um pouco injusto, mas a verdade é que, talvez por ter grandes expectativas, o livro não me prendeu tanto como eu esperava. Tenho de admitir que Philippa Gregory é uma boa contadora de histórias, mas o livro acabou por não me fascinar daquela forma especial nem cativar-me a ponto de eu querer ler sem parar.
Claro que isto não me vai impedir de ler mais romances da autora, até porque tenciono continuar a ler esta série. Uma coisa boa foi que a autora me deixou muito curiosa em relação às personagens que são abordadas nos livros seguintes. Quem sabe se os próximos livros não me prenderão um pouco mais?

Classificação: 3/5 estrelas

quarta-feira, 15 de maio de 2013

"E Depois..." de Guillaume Musso [Opinião]

Estreei-me nas obras de Guillaume Musso no ano passado, com o romance "Salva-me", que me deixou agradavelmente surpreendida e desejosa de conhecer os seus restantes livros.

Assim, não hesitei quando me deparei com este título na biblioteca.
A sinopse é, desde logo,  muito cativante, apresentando-nos Nathan, um dos advogados mais brilhantes de Nova Iorque, que teve uma experiência de quase-morte aos 8 anos e agora a sua vida está prestes a mudar pela segunda vez.
Um certo dia, Nathan é abordado por um reputado médico que se diz capaz de prever a morte e que tem a missão de acompanhar aqueles que vão morrer, ajudando-os a deixar a vida em paz consigo mesmos.
Perturbado, Nathan compreende que os seus dias de vida estão a chegar ao fim e tentará, numa corrida contra o tempo, reparar os erros do passado e reconquistar o amor da sua vida.

Guillaume Musso brinda-nos com uma escrita agradável, sem grandes divagações e capaz de conquistar o leitor logo desde os primeiros capítulos. Devido ao facto de a escrita ser muito fluida, o livro lê-se compulsivamente.

Este romance aborda, como já vem sendo hábito nas obras do autor, o tema da vida e da morte. A grande questão que este livro coloca é: por que razão estamos nós aqui? E de que forma aproveitaríamos os últimos dias da nossa vida? Creio que, independentemente do leitor gostar mais ou menos desta leitura, não deixará de meditar neste tema e de se colocar no papel da personagem principal.

Confesso que o livro não me cativou tanto como eu esperava, principalmente depois de me ter sentido arrebatada com o anterior romance que li do autor. A história é muito bonita e, apesar do suspense constante e das reviravoltas que me surpreenderam imenso, esperava emocionar-me mais com este livro.

No entanto, a minha vontade de continuar a acompanhar este autor não esmoreceu e, assim que for possível, tenciono embrenhar-me em mais uma das suas histórias!

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 6 de maio de 2013

"Memória das Minhas Putas Tristes" de Gabriel García Márquez [Opinião]

Este foi o primeiro livro de Gabriel García Márquez que tive oportunidade de ler.

Neste livro é-nos contada a história de um velho jornalista que, ao chegar aos seus noventa anos, decide oferecer a si mesmo uma noite de amor louco com uma adolescente virgem.
Rosa Cabarcas é a mulher que o apresenta à adolescente por quem ele virá a apaixonar-se.

Gostei do estilo de escrita do autor, no entanto acabei por não achar o livro muito cativante. Este romance acaba por ser uma reflexão acerca da velhice e do amor. O protagonista da história vai compreender que nunca se é velho de mais para amar e para viver as alegrias e as tristezas de uma paixão avassaladora. Esta jovem adolescente vai ensinar-lhe que um velho pode morrer mais depressa de amor do que de velhice.

Espero em breve poder ler outros livros deste autor, dado que esta foi uma leitura que não me deixou inteiramente satisfeita.

Classificação: 3/5 estrelas

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Livro do Mês: Abril

Chegou ao fim mais um mês e agora é o momento de fazer o balanço e escolher um livro para destacar.
Este mês mantive um ritmo bastante lento de leituras, tendo conseguido, mais uma vez, ler 6 livros. Em relação aos géneros literários, li três romances, dois policiais e um romance young-adult.
O livro que pretendo destacar é, de novo, um policial, desta vez de um dos meus autores preferidos de policiais: Harlan Coben.

LIVRO DO MÊS


A rubrica voltará no próximo mês! Até lá, boas leituras para todos!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Uma Mulher Misteriosa" de Barbara Delinsky [Opinião]

Não tinha grandes expectativas quando comecei a ler este livro, que adquiri através de uma troca. Como não conhecia a autora, o título e a sinopse é que acabaram por despertar a minha atenção.

Tal como se pode ler na sinopse, esta história passa-se em Lake Henry, uma pequena e pacata localidade, onde Heather vive com Micah e as suas duas filhas.
Tudo começa numa manhã em que o FBI aparece e leva Heather presa sob a acusação de ter cometido um homicídio quinze anos antes.
Esta notícia surpreende os habitantes de Lake Henry, deixando-os consternados ao se aperceberem de que afinal nada sabem sobre o passado de Heather.

Na minha opinião, a sinopse deste livro, apesar de estar correcta em relação ao conteúdo, engana o leitor na identificação da personagem principal do romance.
Este livro faz parte de uma série denominada "Blake Sisters" e cada livro é sobre uma das irmãs Blake. Elas são três: Lily, Poppy e Rose. O primeiro livro, "O Lago da Paixão" aborda a história de Lily, enquanto o segundo, "Uma Mulher Misteriosa", nos conta a história de Poppy.
Estive a pesquisar e creio que ainda não foi publicado o terceiro livro; não sei se a autora estará com intenções de o escrever, visto que já passaram dez anos desde que o segundo foi publicado.

Após esta contextualização do livro, já é fácil perceber o que eu queria dizer ao afirmar que a sinopse não revela a personagem principal desta história: Poppy Blake.
Heather não deixa de ser uma personagem importante, pois é a sua detenção que desencadeia todos os acontecimentos. Ela não tem um papel muito ativo na história, acaba por passar quase todo o livro detida, no entanto, é uma personagem omnipresente, isto é, fala-se nela constantemente e o mistério presente no livro está relacionado com a vida dela.

Poppy é a melhor amiga de Heather e pretende ajudá-la a todo o custo pois não acredita que a amiga tenha sido capaz de matar alguém, mesmo no seu passado desconhecido. Esta personagem foi uma grande surpresa para mim. Poppy é uma mulher paraplégica; teve um acidente há doze anos e encontra-se numa cadeira de rodas sendo, no entanto, um grande pilar desta comunidade. É uma mulher de uma força imensa e que, apesar das suas limitações, consegue levar uma vida normal.
Neste livro, Griffin Hughes (que é uma personagem do primeiro livro) vai reaparecer na vida de Poppy e desempenhar um papel importante na descoberta dos acontecimentos do passado de Heather. Vai igualmente oferecer o seu amor a Poppy e ajudá-la a enfrentar alguns dos seus fantasmas.

A autora aborda neste romance temas como o amor, a perda e a entreajuda numa comunidade. A sua escrita é extremamente apelativa e consegue cativar-nos com descrições de problemas reais.
A imprensa tem elogiado imenso Barbara Delinsky, que já escreve há vários anos, e fiquei surpreendida por nunca ter ouvido falar dela. Esta é uma história muito comovente e um pouco dramática acerca das atitudes e opções que fazemos na vida e de como as suas consequências podem voltar, mesmo muitos anos depois, a perturbar a nossa vida, limitando a possibilidade de sermos felizes.

Esta é uma leitura que recomendo e espero poder vir a ler no futuro mais romances da escritora.

Classificação: 3.5/5 estrelas