«Todo o enredo é plausível e iminente... John Marrs tece o seu conto vertiginoso com uma sátira deliciosa e mordaz.»
The Washington Post
A premissa deste livro é soberba! Num futuro próximo, os carros com condutor são substituídos por carros autónomos considerados muito seguros. Os veículos de nível superior fazem tudo, não necessitam de qualquer atenção humana e não têm travões manuais nem volante.
Parece incrível, não é?
Este livro vai então retratar a parte negativa do avanço da tecnologia. Se o nosso carro é totalmente autónomo, o que aconteceria se um pirata informático se apoderasse do seu sistema operativo?
Em Os Passageiros, um Hacker assume o controlo de oito carros, altera o destino no GPS e avisa os seus ocupantes que irão morrer dentro de poucas horas.
A Comissão que avalia acidentes com este tipo de veículos desta vez vai ter um desafio bem diferente: terá de entrevistar cada um dos passageiros e decidir qual deles salvar. Tudo isto enquanto o acontecimento é transmitido mundialmente através das redes sociais.
Este livro aborda a temática das primeiras impressões, que muitas vezes determinam aquilo que pensamos acerca de alguém. Será justo avaliar uma pessoa através da primeira impressão que ela nos causa?
O que achei interessante neste livro é que nos dá uma primeira má impressão de cada um dos passageiros, o que nos leva de imediato a detestá-los. A certa altura, os seus segredos eram tão graves que senti que não seria capaz de escolher nenhum deles e não me importaria se morressem todos. Posteriormente, é-nos dada a conhecer a outra face de cada história, as circunstâncias de vida que explicam os segredos de cada um deles. Passei de querer vê-los mortos a querer salvá-los, uma vez que já compreendia, já conseguia sentir empatia por eles.
O livro é muito dinâmico, será uma leitura imparável para uma tarde. Os capítulos curtos e a tensão quase constante levam a leitor a querer ler sempre mais. O autor construiu uma narrativa repleta de adrenalina que conquistará os fãs de leituras mais enérgicas. O final, por sua vez, é calmo, embora me tenha deixado um sorriso maquiavélico nos lábios.
Posso ainda referir que o livro tem uma escrita muito cinematográfica, acredito que daria um ótimo filme. À medida que ia lendo, conseguia facilmente imaginar todas as cenas, momentos de ação e pontos altos da história. Não ficarei espantada se no futuro ouvir falar de uma adaptação deste livro para o cinema, uma vez que tem todos os ingredientes para resultar.
O autor fez ainda referência ao seu outro livro - Almas Gémeas - que ainda não li, mas que já entrou na minha lista de livros desejados.
Foi uma estreia surpreendente com John Marrs e vou certamente ficar atenta a novos trabalhos seus que sejam publicados em Portugal.
Classificação: 4/5 estrelas
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