domingo, 30 de setembro de 2012

"O Velho e o Mar" de Ernest Hemingway [Opinião]

Esta foi a minha estreia com os clássicos de Hemingway. Não estou muito habituada a ler clássicos, mas não estranhei a linguagem nem o facto de precisar de ir procurar o significado de algumas palavras com as quais me deparei ao longo da obra.

Esta é uma história pequena e simples, mas de onde surgem interpretações mais complexas. Muito resumidamente, Santiago é um velho pescador que se encontra há 84 dias sem conseguir apanhar um único peixe. No dia seguinte, ele volta ao mar e irá debater-se intensamente, durante quatro dias, com um enorme espadarte. Quando consegue finalmente capturá-lo, eis que surgem tubarões que lhe devoram praticamente todo o peixe.

Este conto aborda a força humana, a luta pela vida e a capacidade do homem sobreviver em condições extremas e para além do seu limite de forças. Aborda a luta pela concretização de objetivos, o aparecimento de obstáculos e a força necessária para os ultrapassar.

O livro está repleto de simbolismos e significados, de lições de vida, por isso considero que é uma ótima obra para ser analisada em grupo ou nas escolas.
Não sei se a classificação que lhe atribuo será a mais correta pois, como referi acima, não tenho por hábito ler muitos clássicos. No entanto, gostei da obra e tenho a certeza de que vou lembrar-me sempre deste velho que lutou até ao fim e não desistiu de proteger o seu peixe, arranjando forças onde julgava que elas já não existiam.

Classificação: 3/5 estrelas

domingo, 23 de setembro de 2012

"O Quarto de Jack" de Emma Donoghue [Opinião]

Queria muito ler este livro desde que vi a sua sinopse e comecei a ouvir falar muito bem dele.

A história é contada na voz de Jack, um menino de 5 anos, que viveu toda a sua vida fechado num quarto, com a mãe. Para ele, o Quarto é o seu mundo e é lá que ele e a mãe comem, dormem, brincam a aprendem.
O que Jack não sabe é que este quarto onde se sente tão protegido é também uma prisão onde a mãe tem sido mantida contra a sua vontade, desde que foi raptada aos 19 anos.

No início, estranhei um pouco a forma como este livro está escrito. Nunca tinha lido nada contado na perspetiva de uma criança, pelo que torci um pouco o nariz nas primeiras páginas. No entanto, todos aqueles diálogos tornam a leitura muito agradável e envolvente para o leitor, apesar de se tratar de um tema impressionante, como o rapto e a violação.

Jack dá-nos a conhecer as rotinas que existem na sua vida diária, todos os objetos do Quarto, assim como todos os seus pensamentos acerca de tudo o que acontece. Os relatos desta criança são convincentes e de uma inocência maravilhosa. Dei comigo várias vezes ora a sorrir, ora a rir à gargalhada com algumas das situações contadas pelo Jack; outras vezes senti uma lagriminha teimosa no canto do olho e uma vontade imensa de abraçar o menino.

A melhor parte do livro foi, na minha opinião, a tentativa de fuga do Quarto, que decorre de forma veloz e com algum suspense. Depois, seguiu-se a adaptação de Jack à vida no Espaço Lá Fora e acompanhamos as suas aventuras quando vê o mundo pela primeira vez. É difícil e confuso para ele, pois tudo aquilo que ele acreditava ser ficção, de repente é real.

O amor que une o Jack e a mãe é imenso e muito ternurento, e é mais um dos ingredientes que torna esta história tão especial.

Este meu primeiro contacto com a autora foi muito satisfatório; gostei imenso desta história e tenho a certeza de que me vou lembrar do Jack por muito mais tempo.

Classificação: 4/5 estrelas

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Uma Aposta Perversa" de Emma Wildes [Opinião]

Este segundo romance que leio da autora Emma Wildes correspondeu totalmente às minhas expetativas e ainda gostei mais dele do que do anterior que li, "Um Erro Inconfessável".

A história passa-se em 1812 e começa com uma aposta escandalosa, feita num momento menos sóbrio, pelos dois mais famosos libertinos de Londres Nicholas Manning, duque de Rothay, e Derek Drake, conde de Manderville. Esta competição tem como objetivo decidir qual dos dois é o melhor amante.
Lady Caroline Wynn é uma viúva com uma reputação de gelo que aceita tornar-se a juiza desta aposta apenas em troca de total discrição.

E é assim que se inicia este romance que me encantou, me divertiu e me fez sorrir por várias vezes. A escrita de Emma é ótima, o que torna este livro muito atraente e de leitura fácil. Logo desde o início, senti-me embrenhada na história e com muita curiosidade sobre os acontecimentos seguintes.

Os dois libertinos são personagens fascinantes e gostei especialmente de conhecer o passado de Nicholas e descobrir como ele se tornou neste conquistador. Já o passado de Derek não foi muito abordado e fiquei com a sensação de que não consegui conhecer tão bem esta personagem.

Este romance envolve dois casos amorosos, com muita paixão e sensualidade. As cenas de amor são deliciosas e adoro-as (tal como já tem sido hábito neste género de romances)!

É um bom livro que proporciona horas de entretenimento e descontração. Gostei mesmo muito e vou continuar a ler os romances desta autora!

Classificação: 4/5 estrelas

sábado, 15 de setembro de 2012

"Tudo se Perdoa por Amor" de Patricia Scanlan [Opinião]

Esta foi a minha estreia com Patricia Scanlan, autora irlandesa que tem sido bastante aclamada pelo público.

Debbie Adams está noiva de Bryan Kinsella e apenas tem a certeza de uma coisa: não quer o pai, a madrasta e a filha de ambos no casamento.
Para Connie, mãe de Debbie, a organização deste casamento também não será fácil, visto que terá de fazer os possíveis para melhorar a relação de Debbie com o pai.
Com tantas tensões familiares, poderá este casamento correr conforme o planeado?

Comecei este romance com expetativas bastante elevadas e desde logo me intriguei acerca das suas 500 páginas, receando que um livro tão extenso só a girar à volta da temática do casamento se pudesse tornar aborrecido.

Na verdade, a escrita de Patricia Scanlan é muito simples e bastante fluída, o que não torna a leitura maçadora. É um romance bastante agradável, que entretém e proporciona bons momentos para relaxar.

O livro gira em torno de relações familiares, durante a organização de um casamento. À medida que o dia se vai aproximando, todas as personagens vão sentindo tensão, dúvidas, inseguranças e vão analisando o passado das suas vidas. Este romance aborda também a capacidade de perdoar, de seguir em frente e dar uma nova oportunidade às pessoas que já nos magoaram no passado.

Relativamente às personagens, este livro apresenta-nos uma grande variedade de personalidades. Quero destacar o Bryan, o típico menino mimado, que me irritou por várias vezes neste romance (estou curiosa para ver como ele vai enfrentar o casamento, no próximo volume); e a Aimee, madrasta de Debbie, uma mulher cuja prioridade na vida é o trabalho; é muito bem sucedida profissionalmente mas a nível pessoal acaba por afastar todas as pessoas.

Gostei muito da história secundária que acompanhamos neste romance: a de Judith Baxter, chefe de Debbie. É uma mulher amargurada, que dedicou toda a sua vida a tomar conta da mãe e viu-se, desta forma, privada de ter uma vida independente e constituir a sua própria família. Esta foi a personagem que mais me deixou a pensar.

Para terminar, devo dizer que este romance não me deixou especialmente eufórica, mas espero poder ler o seguinte, "Felizes para Sempre", e continuar a acompanhar a vida destas personagens.

Classificação: 3/5 estrelas

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Próximas leituras #7

Estes foram os livros que trouxe da biblioteca itinerante na semana passada. Tive sorte nos títulos que encontrei e o difícil foi mesmo escolher. Felizmente, o prazo de entrega não é tão rigoroso e não preciso de lê-los com tanta urgência (tenho outros emprestados que preciso de ler primeiro).

sábado, 8 de setembro de 2012

"Uma Noite em Nova Iorque" de Tiago Rebelo [Opinião]

Este foi o segundo livro que li do Tiago Rebelo, tendo-me estreado com o romance "Uma Questão de Confiança".

Já habituada à sua escrita simples, gostei de dedicar algumas horas a uma leitura descontraída, que me ajudou a descansar da minha última leitura mais extensa.

A sinopse deste livro é demasiado reveladora (grande demais para um livro tão pequeno), por isso aconselho a que não a leiam antes de iniciar o livro.
Neste romance, conhecemos uma grande variedade de personagens que formam triângulos amorosos e cujas vidas, a certa altura, se vão cruzar e influenciar. À medida que conhecemos o passado das personagens e das suas relações, assistimos à sua escolha entre permanecer num relacionamento que já não lhes traz felicidade e correr atrás de uma nova paixão, mesmo que esta possa ser incerta.

É um livro que, apesar de não trazer nada de novo, oferece uma mensagem de esperança e deixou-me com um sorriso nos lábios.

Vou continuar a ler os livros deste autor e tenho especial curiosidade em conhecer os dois que a crítica afirma serem os seus enormes sucessos, como "O Último Ano em Luanda" e "O Tempo dos Amores Perfeitos".

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

"O Regresso" de Victoria Hislop [Opinião]

Tinha imensas expetativas em relação a esta autora, que tem sido muito acarinhada e recebido críticas muito positivas aos seus livros. As pessoas com quem troquei ideias disseram-me que o melhor livro dela era "A Ilha", mas foi por este que comecei.

"O Regresso" conta-nos, paralelamente, duas histórias. A primeira passa-se em 2001, em Granada, quando Sonia Cameron vai passar uns dias a esta cidade para ter aulas de dança. Pouco depois, as conversas com o dono de um sossegado café e algumas fotografias antigas levam-na a querer conhecer a história da devastadora Guerra Civil Espanhola.
A segunda história decorre 60 anos antes, quando o café era a casa da família Ramirez. Em 1936, um golpe militar liderado pelo General Franco leva a uma guerra civil que acabou por destruir todo o país. É-nos dada a conhecer toda a história desta família dividida pela política e pela tragédia.

Desde já, devo dizer que achei este livro bastante difícil de ler e poucas vezes ele me conseguiu cativar. Uma grande parte do livro é dedicada à descrição da guerra espanhola, portanto são apresentados bastante factos históricos. A narrativa é densa, tem muita informação que não se assimila facilmente, daí que se torne cansativo ler vários capítulos seguidos.

As descrições da guerra e da política foram as mais maçadoras para mim. No entanto, comecei a sentir-me afeiçoada pelas personagens da família Ramirez e, apesar de esforço que a leitura requeria, continuei a virar as páginas para conhecer o final da história.

Dou os parabéns à autora pela vasta pesquisa que fez para a criação desta obra. Além de aspetos relacionados com a guerra, neste livro encontramos também bastantes descrições das danças espanholas, das touradas e da própria cultura do país.

A minha esperança de que o livro haveria de melhorar acabou por se concretizar na parte final (sensivelmente as últimas 100 páginas), que se revelou muito mais apelativa para mim e extremamente comovente.

Não quero, com a minha opinião, influenciar ninguém a não ler este livro. Acho que devem conhecer a autora (caso ainda não tenham lido nada dela), viver a experiência de leitura e formular a vossa própria opinião. Eu estou disposta a ler outro romance dela; assim que for possível, tentarei ler "A Ilha".

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"Casada com um Desconhecido" de Patricia MacDonald [Opinião]

Esta autora chamou a minha atenção quando li uma opinião de um dos seus livros. Assim que chegou a oportunidade, não hesitei em trazer comigo este livro da biblioteca.

Emma Hollis é uma psicóloga que trabalha num centro de crise para adolescentes. Além de amar o seu trabalho, está também apaixonada por David Webster, um jornalista sedutor que conheceu há pouco tempo.
Após engravidar, Emma e David casam rapidamente e vão passar um fim de semana numa cabana rústica nos montes isolados de New Jersey. E é aqui que começam os problemas.
Enquanto David vai cortar lenha para a lareira, um atacante mascarado, empunhando um machado, aproxima-se de Emma, com o objetivo de a matar.

Tudo isto acontece rapidamente nos primeiros capítulos. Após este brutal ataque, Emma é levada para o hospital e David é considerado o principal suspeito. Ela recusa-se a acreditar que o seu marido a quisesse morta, mas a verdade é que não o conhece assim tão bem. E nós também não, pelo que começamos a desconfiar dele.

Enquanto Emma se sente apavorada em ficar sozinha, ela e a polícia vão descobrindo pormenores intrigantes que não abonam nada a favor de David, como segredos e mentiras.
Entretanto, surge outro possível suspeito relacionado com o trabalho de Emma, o que se torna também bastante interessante.

Este livro oferece muito suspense e alguns momentos assustadores. Criei bastante empatia com Emma, devido ao facto de ser psicóloga e eu também estar nessa área. Por várias vezes, senti o medo dela, quando ficava sozinha em casa e se aterrorizava só de ouvir uma porta bater. E, nesses momentos, dava comigo agarrada ao livro, na ânsia de descobrir mais.

Passei praticamente todo o livro a desconfiar do marido dela. Não sabia nada acerca dele, as mentiras iam surgindo e o homem parecia-me um grande sonso. Mas seria ou não ele o atacante de Emma?

Gostei muito da escrita de Patricia MacDonald, intrigante e que proporciona uma leitura compulsiva. O final é surpreendente e estava totalmente longe das minhas teorias. O meu jeito para detetive é praticamente nulo mas nunca na vida eu teria desvendado este caso.

Só acho que no fim ficaram por explicar alguns pormenores; eu deduzi que eles tivessem acontecido de determinada forma mas, como não foram explicados, ainda estou na dúvida.

Esta é uma leitura que recomendo aos amantes de policiais e vou certamente procurar mais livros da autora!

Classificação: 4/5 estrelas

domingo, 2 de setembro de 2012

Próximas leituras #6

E já estão aqui em casa estes dois livros emprestados que irão ser lidos brevemente!

sábado, 1 de setembro de 2012

"Um Erro Inconfessável" de Emma Wildes [Opinião]

"Um Erro Inconfessável" é o segundo volume de uma série de três livros, intitulada "Notorious Bachelors", e foi a minha estreia com a autora.

O romance passa-se em 1816, na alta sociedade londrina. A jovem viúva Madeline May encontra-se em apuros e pede ajuda ao homem que mais despreza, Luke Daudet, um visconde muito mal-afamado.
Luke e Madeline viveram uma noite de paixão há um ano atrás e, desde aí, Luke prometeu que não voltaria a entrar na vida dela. No entanto, quando vai em seu auxílio, Luke sente novamente a atração física que os une e reconhece que não conseguirá manter-se afastado...

Emma Wildes apresenta um estilo muito semelhante ao de Madeline Hunter, uma autora já muito querida para mim. Desta forma, não foi nada difícil adaptar-me à escrita de Emma, sempre muito fluida, atraente e com os acontecimentos a iniciarem-se com rapidez logo desde o primeiro capítulo.

A história de Luke e Madeline envolve segredos, intrigas, espiões, um diário íntimo desaparecido e, claro, muita paixão e sensualidade. Confesso que adoro ler as cenas de amor entre os protagonistas.
A ligação de Madeline com Luke causa muitos mexericos na sociedade, que está sempre atenta, à espera de escândalos. [Isto fez-me pensar várias vezes durante a leitura que não seria capaz de viver nesta época, pois os mexericos irritam-me!]

Ao longo do livro, vamos também acompanhando a história de Miles e Elizabeth, dois amigos de infância que, agora adultos, descobrem que aquilo que os une é mais que companheirismo e amizade. Graças a este segundo par romântico, o livro torna-se duplamente delicioso.

Fiquei muito contente por conhecer mais esta nova autora e vou continuar, com todo o gosto, a acompanhar as suas obras.

Classificação: 4/5 estrelas