Antes de mais, devo dizer que comprei este livro pela capa. Está apelativa e muito bem conseguida, pelo que chama de imediato a atenção do leitor. Parabéns à editora por este trabalho!
A Menina dos Doces apresenta-nos Mariana, uma jovem que acaba de entrar na Universidade de Aveiro e fica alojada na casa de um tio, que estava desabitada. Durante as limpezas, encontra uma caixinha de madeira que contém um conjunto de cartas e rapidamente descobre terem sido escritas por Liliana, uma prima que ela desconhecia.
Quando tenta questionar a família sobre aquele assunto, todos se mostram reservados, chegando até a negar a existência da prima. Mas Mariana não desiste de desvendar este segredo...
Tenho de admitir que este livro não me arrebatou, o que acredito dever-se ao facto de eu não estar dentro do público-alvo a que o livro se destina. Diria que é um livro destinado a jovens em idade universitária, uma vez que a história decorre neste contexto.
Pedro Cipriano leva-nos numa viagem por Aveiro, permitindo-nos acompanhar o dia a dia de uma jovem do primeiro ano e alguns acontecimentos académicos. Por não me identificar tanto com as problemáticas dos jovens desta idade, acabei por não conseguir criar uma ligação com Mariana.
O que mais me prendeu ao longo da leitura foi todo o mistério que envolveu a prima Liliana, o que é natural tendo em conta que sou uma fã incondicional de mistério e suspense. Gostei de ler as cartas que ela escrevia ao pai e poder conhecê-la através das suas palavras. Creio que foi uma forma interessante que o autor arranjou para nos dar a conhecer esta jovem. Senti imensa pena dela porque rapidamente percebi que o seu pai era ausente e que ela sofria com o facto de ele trabalhar demasiado e quase nunca passarem tempo juntos.
Gosto de segredos familiares e de histórias que os exploram, bem como todo o drama que envolve a situação. Por isso acabei por criar expectativas que não foram correspondidas, uma vez que o motivo da morte da Liliana não foi tão macabro como eu esperava. Contudo, foi realista dentro de uma família demasiado tradicional, que acabou por tornar este assunto num autêntico tabu. Por fim, a confrontação de Mariana com as consequências das suas ações está bem conseguida, o autor retratou muito bem o arrependimento nesta personagem.
Por fim, alguns pontos que acredito que poderiam ser melhorados:
- algumas descrições em excesso que impedem que o início da história se desenvolva mais rapidamente;
- alguns diálogos que não me fizeram muito sentido e que podiam ter sido melhor aproveitados, uma vez que o autor até abordou temas que preocupam os jovens, como a violência no namoro, a pressão dos pares, as dietas, a falta de autoestima, entre outros.
- a relação de Mariana e Rui que precisava de uma grande reestruturação; não senti química entre os dois e achei as suas conversas demasiado lamechas. Talvez alguns inícios de namoro sejam assim mas eu gosto de sentir a química quando leio, de sentir que aquelas personagens foram feitas uma para a outra.
Para o futuro, gostava que o autor explorasse um pouco mais a ficção científica. Gostei imenso de ler o seu conto A Aranha, dentro de uma temática completamente diferente daquela que encontramos em A Menina dos Doces.
Classificação: 3/5 estrelas
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