Daily Telegraph
Tenho gostado imenso de ver Dorothy Koomson a explorar a sua vertente mais direcionada para os thrillers, não fosse este o meu género literário preferido.
Eu Sei o Que Vocês Fizeram despertou-me a curiosidade assim que soube do seu lançamento em Portugal.
A premissa é muito boa e tinha tudo para dar certo.
Imagina que chega às tuas mãos um diário que revela os segredos de todos os teus vizinhos. A mulher que o escreveu foi violentamente atacada e encontra-se às portas da morte. O que farias? Entregarias o diário à polícia? Ou tentarias descobrir quem a atacou?
Iniciei este livro com grandes expetativas e esperança de me surpreender. O início prendeu-me e, ao mesmo tempo, deixou-me um pouco confusa. São-nos apresentadas várias personagens e vamos acompanhando o ponto da vista de cada uma. Precisei de algum tempo até ser capaz de identificar quem era quem.
Fui avançando na leitura, mas sentia que não me estava a cativar o suficiente, não me prendia nem me deixava em ânsias de descobrir tudo como um bom thriller consegue fazer. Atribuí isso à possibilidade de me sentir ainda ressacada da minha leitura anterior. Porém, esta falta de algo que me cativasse manteve-se quase até ao final.
No geral, não gostei propriamente de nenhuma personagem, excetuando talvez a Rae, com quem me identifiquei um pouco. Achei que estava bem caracterizada e gostei especialmente que fosse uma personagem com problemas que se intensificaram devido à pandemia e ao confinamento.
A minha única motivação para ler o livro até ao fim foi descobrir quem atacara a dona do diário. Esse mistério acabou por conseguir manter-me curiosa ao longo da leitura. As últimas cem páginas acabaram por valer um pouco mais a pena e adorei a reviravolta final.
Apesar de tudo, acho que faltou qualquer coisa a este livro para ele funcionar comigo.
Eu Sei o Que Vocês Fizeram é um thriller que aborda aquilo que somos capazes de fazer para proteger quem amamos. A restante temática acaba por ser um pouco baseada na coscuvilhice, uma vez que toda a história se centra numa mulher que se dedicou a investigar todos os seus vizinhos e a descobrir os seus podres.
Todos podemos ter segredos, todos podemos ter algo no passado de que não nos orgulhamos, mas ninguém tem o direito de se intrometer na nossa vida e revelar os nossos segredos. Creio que o ensinamento que podemos retirar daqui é que, apesar de sermos naturalmente curiosos, devíamos aprender a respeitar um pouco mais os outros.
Embora não me tenha cativado tanto como outros livros da autora, não deixo de recomendar a sua leitura. Outros leitores poderão certamente apreciar esta história de forma diferente.
Classificação: 3/5 estrelas
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