«Uma ação trepidante, um thriller eficiente e extremamente rápido. Os autores sabem o que estão a fazer.»
Borås Tidning (Suécia)
O Discípulo é o segundo volume da série Sebastian Bergman. Esta é uma série que deve ser obrigatoriamente lida por ordem cronológica. Os livros tratam casos independentes mas, no restante, a história tem continuidade.
Ao iniciar esta leitura, já não torci o nariz por ter à minha frente quase 700 páginas. Geralmente desconfio e receio que policiais deste tamanho tenham alguma palha à mistura. No entanto, fiquei muito surpreendida com o primeiro volume e este segundo arrebatou-me completamente.
Este livro aborda um tema que acaba por ser desenvolvido por muitos autores de policiais e que me agrada bastante: os imitadores. Nesta história, são encontradas mulheres brutalmente assassinadas, cujos homicídios apresentam semelhanças aos cometidos por Edward Hinde, um assassino em série preso há 15 anos.
Sem terem mais pistas, os investigadores vão precisar de recorrer à ajuda de Sebastian, que na altura era o maior especialista e o responsável por colocar este assassino atrás das grades.
Os livros desta dupla de autores suecos são livros pouco procedimentais a nível policial, ou seja, não há grandes descrições dos crimes, das cenas de crime, não há autópsias detalhadas nem uma investigação policial muito forte a nível de procedimentos.
Se gostas de livros extremamente gráficos com descrições violentas, este não será exatamente o que procuras.
Então, o que podemos encontrar nestas quase 700 páginas? Encontramos sobretudo um grande desenvolvimento das personagens, muito drama, mentira, segredos, traições. É quase como se fosse uma novela (e não digo isto em sentido pejorativo) com crimes pelo meio. Acompanhamos a vida daquelas personagens enquanto elas investigam um crime; assistimos a todas as suas frustrações, dificuldades, becos sem saídas, procura por pistas, pequenas vitórias. E nem sempre a equipa se dá bem, daí que surjam muitos conflitos.
Sebastian Bergman é o homem que dá o nome a esta série. É uma daquelas personagens completamente detestáveis, mas simultaneamente intrigantes. Em tempos, já foi um excelente profiler criminal mas perdeu o rumo depois da morte da mulher e da filha. Sente-se perdido e camufla a sua dor sendo repugnante e rude com as pessoas, fazendo com que ninguém suporte a sua presença. Por um lado, sentimos pena dele, por outro, uma certa aversão. Além disso, ele tem uma particularidade interessante: dorme com todas as mulheres que lhe aparecem pela frente! Este aspeto vai ser especialmente importante neste livro, uma vez que todas as mulheres assassinadas têm uma ligação a Bergman.
Posso dizer que este livro me agradou muito mais que o anterior. Em Segredos Obscuros, encontrei alguns momentos mais calmos e que me aborreceram. Em contrapartida, este livro foi uma injeção de adrenalina do início ao fim!
Adorei acompanhar o desenvolvimento da vida das personagens, bem como conhecer Edward Hinde, o manipulador assassino em série.
Em conclusão, embora seja um policial pouco procedimental, não lhe falta ação, adrenalina e perigo, tendo deixado pistas no final que nos fazem querer ler de imediato o volume seguinte. Mal posso esperar!
Classificação: 5/5 estrelas
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