«Não acredita que a história se repete? Leia este livro. É um romance impressionante. A Dança das Estrelas passa-se quase inteiramente numa única sala e desenrola-se ao ritmo de um thriller.»
Karen Thompson Walker, New York Times
A Dança das Estrelas foi uma leitura completamente inesperada. Mesmo depois de ter lido a sinopse, não estava preparada para o que iria encontrar.
Este romance de Emma Donoghue transporta-nos para 1918, para Dublin, Irlanda, na altura em que o país é arrasado não só pela guerra como também pela doença, nomeadamente a influenza, a gripe espanhola.
A história acompanhava Julia Power, uma enfermeira que trabalha num hospital sobrelotado. Ela cuida de grávidas que contraíram a gripe e que estão em quarentena.
Este livro decorre ao longo de três dias e é tão intenso que se lê à velocidade de um thriller. O ambiente é aflitivo e não queremos parar de ler. Contudo, por outro lado, alguns leitores (como eu) precisarão de algumas pausas para digerir o que estão a ler.
A ação decorre sobretudo numa enfermaria minúscula, sem condições, onde várias mulheres vão lutar não só pela sua vida, como também pela vida que estão prestes a fazer nascer.
O enredo situado durante a gripe espanhola foi a principal razão que me levou a querer ler este livro. A temática é extremamente atual, tendo em conta a pandemia que temos vivido. É arrepiante ver como o passado se repete.
Confesso que a temática da gravidez e dos partos não me agrada particularmente e este livro tem descrições arrepiantes. Em alguns momentos, fiquei mesmo agoniada e tive de parar de ler. Noutras alturas, dava comigo a pesquisar no Google alguns dos procedimentos mencionados, o que só contribuía ainda mais para a minha agonia.
As personagens que habitam este livro são sobretudo mulheres. Julia é uma enfermeira determinada, experiente e muito dedicada às suas doentes. A sua grande ajuda será Bridie, uma jovem ajudante voluntária, que é uma lufada de ar fresco. É ela que nos traz os melhores momentos do livro, ao mesmo tempo que nos angustia com os tristes acontecimentos da sua vida.
A Dra. Kathleen Lynn é uma personagem real: foi uma médica procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária.
O final do livro deixou-me de coração nas mãos. Esperava tudo menos aquele final. Fiquei triste, depois de uma leitura tão intensa, mas também um pouco esperançosa.
Como conclusão, posso afirmar que foi uma leitura extremamente boa. Alerto apenas para o tema sensível que poderá incomodar alguns leitores. Se o queres ler, força, mas prepara-te porque é intenso!
Classificação: 4/5 estrelas
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