«Mais um thriller sobrenatural tenso e de cortar a respiração. Josh Malerman evoca com mestria os horrores apocalíticos.»
Publishers Weekly
Às Cegas, de Josh Malerman, foi um dos meus livros preferidos de 2018. Lembro-me de o ter devorado em apenas três tardes e de me ter sentido completamente viciada.
E agora, finalmente chegou a tão aguardada continuação: Malorie.
Este novo livro decorre doze anos depois. Passado todo esse tempo, ainda não há explicação. Ainda não há solução.
Malorie e os filhos já adolescentes vivem num abrigo e a venda continua a ser a sua única forma de proteção. Um dia, um estranho aparece-lhes à porta trazendo notícias inesperadas sobre a possibilidade de sobrevivência de alguém próximo de Malorie. Estas notícias vêm abalar o seu mundo, no momento em que se permite sentir alguma esperança em tanto tempo.
Malorie deseja recuperar um pouco da sua vida antiga. Por outro lado, sabe que regressar ao mundo lá fora é uma possibilidade assustadora e arriscada. Embora o medo preencha todos os poros da sua pele, é isso mesmo que acaba por fazer. Juntamente com os filhos, embarca numa nova viagem repleta de perigos e escuridão.
Tal como o título indica, este livro centra-se bastante em Malorie, nos seus medos, nas suas esperanças, nos seus dilemas, naquilo que sente quando descobre que pessoas próximas podem ter sobrevivido durante todos estes anos.
Há um desenvolvimento muito bom de Tom e Olympia, dois jovens com personalidades distintas. Olympia é mais reservada, mais empática e compreensiva em relação à mãe. Adora ler e conhecer o mundo antigo através dos livros e das personagens que encontra. Por sua vez, Tom é um espírito rebelde e aventureiro. Tudo o que mais deseja é ir para o mundo lá fora testar as suas invenções e aprender mais sobre as criaturas.
Esta diferença de personalidades vai trazer-nos perspetivas e conflitos bem interessantes.
O autor continua a envolver-nos numa atmosfera de terror psicológico. Mais uma vez, não temos cenas propriamente chocantes ou violentas, mas sim a sugestão do medo. As personagens sabem que a loucura anda lá fora e o medo é tanto que por vezes se sentem a enlouquecer, mesmo sem terem aberto os olhos.
Continua a ser surpreendente ver o que as personagens fazem de olhos fechados e como os outros sentidos se desenvolvem. Confesso que acho muito difícil imaginar o que é passar uma vida privada de visão. Sem dúvida que a visão é um dos nossos sentidos mais preciosos.
Relativamente às criaturas, continuamos sem saber como é que tudo começou, mas agora temos algumas respostas e algumas luzes para o futuro.
Acho curioso que o autor nunca tenha dado nenhuma descrição das criaturas. Acredito que faça parte do mistério, de deixar à imaginação de cada leitor.
Por outro lado, e se o autor não quer dar-nos nenhuma descrição para não nos imaginarmos a enlouquecer só de as visualizarmos na nossa mente? Faz algum sentido? Eu sei que isto é ficção, mas não deixa de ser uma teoria interessante!
Malorie é um livro intenso, mas não o achei tão forte como o primeiro. Esta minha perceção deve-se possivelmente à temática já não ser novidade. No entanto, foi uma leitura prazerosa, que me agarrou de início ao fim.
Se leste Às Cegas e adoraste, então sem dúvida que te recomendo esta sequela.
Classificação: 4/5 estrelas
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