La République
Canção Doce inicia-se com um primeiro capítulo curto e de grande intensidade. A primeira linha, de apenas três palavrinhas, é perturbadora e desperta de imediato o interesse do leitor.
Leïla Slimani escreve de forma maravilhosa. A juntar a isto, uma tradução e revisão excelentes transformaram este livro numa delícia. Senti necessidade de o ler devagar para saborear devidamente a escrita.
No que diz respeito à história, esta centra-se numa família que contrata uma ama para cuidar dos seus filhos pequenos, uma vez que Myriam, mãe das crianças, deseja regressar ao trabalho.
Aos poucos, vamos percebendo como Louise começou a trabalhar para esta família e como rapidamente ganhou o coração das crianças e a admiração dos pais. Contudo, pouco a pouco são-nos dadas pistas de que algo não está bem, de que há ali uma perturbação, alguma loucura, que conduzirá à tragédia final que conhecemos no início do livro.
A autora não tem problemas em usar descrições gráficas, cruas, transformando esta numa leitura difícil pela temática que carrega.
São também abordados alguns aspetos da sociedade, a discrepância entre pobres e ricos, e como por vezes os seres mais frágeis são os que ficam mais vulneráveis.
Senti-me agarrada ao longo de toda a narrativa e só lamento que o final não tenha sido tão intenso como eu desejava. O livro merecia-o. Desta forma, senti-me frustrada com a falta de respostas, uma vez que as motivações deste crime não foram explicadas.
Embora, na minha opinião, o final seja um pouco incompleto, é uma leitura que vale a pena e que me deixou com a curiosidade suficiente para desejar explorar outros trabalhos da autora.
Classificação: 3/5 estrelas
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