Tal como certamente aconteceu com muitos leitores, eu também não consegui resistir ao apelo do livro sensação do ano - A Rapariga no Comboio. Com tanta publicidade, é perfeitamente natural que os leitores sintam curiosidade por esta história e que criem expectativas elevadas. Foi o que sucedeu comigo quando me emprestaram um exemplar de avanço, ainda antes do lançamento do livro em Portugal.
A Rapariga no Comboio é um thriller contado a três vozes: três mulheres dão-nos a conhecer as suas perspetivas dos acontecimentos. Rachel é a personagem com mais destaque e é com ela que tudo começa. Todos os dias, Rachel apanha o comboio para o emprego e observa o mesmo casal através da janela do comboio. E, na sua cabeça, imagina a vida deles perfeita, igual à que ela perdeu recentemente.
Um dia, o que vê da janela é inesperado e, intrigada, Rachel decide contar à polícia o que viu. Essa atitude vai envolvê-la numa imprevisível sucessão de acontecimentos que afetará todos à sua volta.
Como thriller, o livro acabou por não ser tão alucinante como eu esperava; o ritmo não é muito rápido mas sem dúvida que consegue cativar a atenção do leitor e, mais para o final, já se torna uma leitura viciante.
As personagens foram, na minha opinião, o aspeto que mais se destacou neste livro. Isto porque todas as personagens são problemáticas, todas lutam contra os seus demónios, e as suas personalidades estão muito bem construídas. Enquanto narradoras da história, acabam por tornar-se inconfiáveis, o que leva o leitor a desconfiar e a não acreditar em tudo o que é dito.
São estas personagens que conferem complexidade à história que, sozinha, acabaria por ser bastante banal. No entanto, permite-nos refletir acerca da curiosidade que sentimos pela vida dos outros e a forma como a vemos.
Em conclusão, este romance vale a pena sobretudo devido às personagens. Não prometo que a história vos faça ficar acordados a noite inteira, mas certamente vos proporcionará algumas horas de leitura acelerada.
Classificação: 4/5 estrelas
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