terça-feira, 8 de março de 2022

«O Homem das Castanhas» de Søren Sveistrup [Opinião]


«Excelente. Uma mistura sagaz de policial, thriller político e drama doméstico.»
The New York Times
 
O Homem das Castanhas inicia-se com um primeiro capítulo arrepiante e cujas descrições gráficas não serão adequadas aos leitores mais suscetíveis. Embora os diversos cenários de crime que encontramos ao longo do livro não sejam descritos com muita exaustão, são intensos e impressionam, pelo que deixo esta chamada de atenção aos leitores que não apreciam descrições tão gráficas e violentas.

A premissa do livro é bastante interessante: num subúrbio de Copenhaga, uma mulher é encontrada brutalmente assassinada, e falta-lhe uma das mãos. Junto ao corpo, é encontrado um pequeno boneco feito com castanhas. A pista mais interessante neste cenário é o boneco, que parece estar ligado a uma menina que desapareceu um ano antes e foi dada como morta.

Esta menina desaparecida é a filha da ministra Hartung, que regressa agora ao trabalho e agita a comunicação social.
Desta forma, este livro vai misturar investigação policial com drama familiar e alguma intriga política.

Naia Thulin é a detetive responsável pelo caso e a ela vai juntar-se Mark Hess, um investigador que acabou de ser temporariamente afastado da Europol e que vai trazer algum mistério à narrativa. A interação entre ambos acabará por ser difícil ao início, dado que ambos têm os seus motivos para não quererem estar ali e acaba por não ser fácil trabalharem juntos.
Há outras personagens importantes para a trama e que acabarão por ter a sua ligação aos crimes.

Considero que este é um romance policial de início lento, com uma grande variedade de personagens, podendo tornar-se confuso enquanto o leitor não se familiariza com todas elas.
Os capítulos são curtos (pormenor me agrada muito), o que incentiva a uma leitura rápida. Penso também que este livro será para ler de seguida, sem muitas pausas. Durante a leitura, acabei por estar uma semana sem conseguir pegar nele e, ao retomar a leitura, sentia-me ligeiramente perdida e sem me recordar das ligações entre algumas personagens.
Assim, recomendo a leitura deste livro quando tiverem mais disponibilidade.

A trama torna-se mais intensa à medida que nos aproximamos do final e as ligações entre as personagens começam a fazer sentido. Diria que as últimas cinquenta páginas são de leitura imparável.

O Homem das Castanhas vem provar a grande qualidade das obras literárias que nos chegam dos países nórdicos e considero que seja uma leitura obrigatória para os fãs deste género literário, desde que se sintam à vontade com as descrições mais gráficas e violentas.

Classificação: 4/5 estrelas

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