Depois de ler, no início deste ano, A Herança, fiquei desejosa de voltar a ler algo da autora, e finalmente deu-se essa oportunidade com este livro que me foi emprestado.
Ao contrário do que sucede no romance A Herança, em que a história decorre numa mansão antiga que esconde segredos de família e passados dramáticos, neste livro não temos uma mansão antiga mas antes um soldado morto que é encontrado e cuja identidade é desconhecida.
Leah é uma jornalista incansável a quem é dada a missão de decifrar as duas enigmáticas cartas encontradas juntamente com o soldado e, assim, desvendar um quebra-cabeças assombroso.
Paralelamente à investigação de Leah, recuamos cem anos no passado, até ao verão quente de 1911, onde dois novos e improváveis elementos chegam à pacata aldeia de Cold Ash Holt.
Cat Morley vem de Londres para ser a nova criada do reverendo Albert Canning e da sua esposa Hester. Cat é uma jovem rebelde e ousada, incapaz de esconder um passado doloroso.
O segundo elemento é o magnético Robin Durrant, um jovem atraente e carismático, mas que também se transformará numa perigosa obsessão.
A narrativa deste livro é semelhante à do anterior: o início é lento e há muitas partes descritivas, o que pode desencorajar os leitores mais ávidos por acontecimentos rápidos. No entanto, a história vai surgindo e vai-nos cativando aos poucos, vai-nos deixando cada vez mais curiosos por descobrir a identidade do soldado desconhecido.
As personagens são muito peculiares: Hester é uma mulher ingénua e que deseja ter um filho; por outro lado, o seu marido, o reverendo, começa a interessar-se pela teosofia e a tornar-se cada vez mais obcecado por Robin Durrant.
Cat é, na minha opinião, a personagem mais interessante. Apesar de ser uma criada, não se conforma com o seu destino e torna-se rebelde, lutando para que as mulheres da sua condição possam ser livres e conquistar outros direitos.
Não sei o que me fez não gostar tanto desta história como gostei da anterior. Adorei o mistério em torno do soldado, a investigação de Leah e a forma como a história terminou. No entanto, algures pelo meio, senti que ela avançava muito devagar e que nem sempre as personagens me cativavam.
Contudo, o final valeu a pena e foi desvendado com muita mestria por parte da autora, que manteve o suspense o máximo de tempo que conseguiu. Claro que alguns acontecimentos foram um pouquinho previsíveis e eu tive algumas suspeitas acertadas, mas ainda assim a autora conseguiu surpreender-me!
Em conclusão, o balanço foi bastante positivo, embora tenha preferido A Herança, mas não deixo de recomendar esta história aos fãs do género. Pela parte que me toca, tenciono continuar atenta às obras de Katherine Webb
Classificação: 3/5 estrelas
Espero que gostes; apesar das descrições, acho que se lê bem :)
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