Um Beijo em Havana é a história de três irmãs - Emma, Louise e Sophie - talentosas e criativas e com muito em comum, principalmente no que diz respeito a homens.
Tudo começa quando Emma recebe do seu falecido marido pelo correio dois bilhetes para umas férias em Cuba. Surpreendida, decide levar consigo Sophie, sem imaginar que a irmã era amante do seu marido e que estas férias tinham sido planeadas para os dois.
Entretanto, Louise reencontra Jack, um amor do passado, e isso vai abalar o seu casamento com Donal.
Para começar, o que mais gostei neste livro foram as descrições de Cuba, não apenas das praias paradisíacas mas também do modo de vida dos cubanos. Na verdade, os capítulos passados em Cuba são bastante informativos para quem, como eu, gostava de poder viajar e conhecer todos estes locais. Tal como as personagens, fiquei impressionada com o que aprendi sobre Cuba: as pessoas lá têm dificuldade em arranjar coisas tão básicas como sabonetes, champôs e produtos de higiene feminina, o que para nós é um dado adquirido. Os turistas têm, à sua escolha, nos restaurantes, diferentes menus, enquanto que ao povo cubano os alimentos são racionados. Existe ainda uma moeda diferente para os turistas, que podem comprar de tudo em Cuba, o que não é permitido aos habitantes locais.
É outra cultura, outro modo de vida e a autora conseguiu muito bem misturar estas e outras informações com a história.
Relativamente às personagens, há bastante para dizer e tentarei ser breve.
Louise é uma professora de música que decidiu desistir da carreira para ficar a cuidar dos três filhos; agora passa os seus dias a cuidar da casa e dos filhos e, naturalmente, sente-se frustrada. O reencontro com o seu amor do passado, que não vê há 14 anos, vem abalar a sua pacata vida e o seu casamento ameaça esmorecer.
Emma é uma escritora a tentar superar o bloqueio criativo que a impede de terminar o seu segundo romance. Apesar de estar a sofrer com a morte do marido, ao longo do livro revelou ser a mais ajuizada das três irmãs, na medida do possível, visto que toda a família é um pouco desestruturada.
Sophie é a típica irmã mais nova, que foi sempre a mais mimada e conseguia tudo o que queria, tornando-se imatura e irresponsável. Embora tenha mais de 30 anos, as suas atitudes são as de uma adolescente, sempre a arranjar problemas e confusões. Por outro lado, ela também está a sofrer muito com a morte do cunhado, mas não pode mostrá-lo abertamente sem revelar que eram amantes; assim, ela sente que a sua dor não é reconhecida e não consegue fazer o luto adequadamente.
Desta forma, todo o livro retrata a rivalidade entre irmãs e os problemas familiares. Contudo, pareceu-me egoísmo a mais e não senti uma ligação forte entre as irmãs.
Houve, neste livro, momentos comoventes mas acabei por não sentir tanto essa emoção. Apesar de ter gostado da escrita da autora, faltou intensidade para me envolver mais.
O final é apressado e um pouco forçado; tive a sensação que a autora quis tornar tudo muito fácil e dar um final feliz a todas as personagens.
Em suma, esta é uma boa leitura para férias e vale a pena só pelas descrições de Cuba. Apesar de esperar algo mais intenso, não fiquei de todo descontente com esta leitura e pretendo procurar mais obras da autora. Se querem uma leitura leve com imensas reviravoltas familiares, esta poderá ser uma boa escolha.
Classificação: 3/5 estrelas
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