Contagem Decrescente marcou a minha estreia com os romances policiais de Bruno Franco. Não conhecia o autor e, só após iniciar a leitura, é que compreendi que este é já o segundo livro protagonizado pelo detetive Rodrigo Tavares.
Quem acompanha frequentemente o meu blogue, sabe que um dos aspetos que mais prezo num livro é uma escrita cuidada, sem erros ortográficos e com um bom trabalho de revisão. A Chiado Editora tem-me dado algumas desilusões e agora sinto que fico sempre de pé atrás em relação aos seus livros. Contudo, quem me emprestou este livro garantiu-me que ficou impressionada com ele e foi isso que me fez apostar na sua leitura.
E ainda bem que o fiz! Logo no prólogo, pude constatar que o autor escreve bem e que fez um excelente trabalho de revisão, por isso devo desde já felicitá-lo por isso.
Este livro é uma verdadeira corrida contra o tempo. O detetive Rodrigo Tavares encontra-se a assistir ao fogo de artifício na passagem de ano, quando recebe um telefonema que mudará a sua vida por completo. Chegou o momento da concretização de uma ameaça proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado.
Rodrigo terá até ao dia 15 de janeiro para capturar um assassino impiedoso que mata as suas vítimas de uma forma terrível e desumana. Caso falhe, as consequências serão devastadoras.
Esta história cativou-me desde as primeiras páginas, com um prólogo bastante sombrio e que conseguiu provocar-me alguns arrepios. Depois a história decorre em capítulos curtos, muito dinâmicos e que nos vão mostrando os contornos deste caso. Achei muito interessante que as mortes estivessem ligadas a algumas personalidades da História de Portugal e penso que o autor conseguiu com sucesso incluir partes informativas ao longo da narrativa, sem nunca se tornar maçador.
A história principal permite-nos conhecer melhor a vida e os traumas do detetive Rodrigo, bem como do seu parceiro Fábio e do seu amigo Óscar, ambos com papéis relevantes no desenrolar da investigação.
Em paralelo surgem alguns capítulos que nos dão a conhecer um jovem tenista marcado pela tragédia desde muito cedo. O facto de não sabermos qual a ligação desta personagem com a trama principal torna tudo ainda mais enigmático.
No final as revelações são surpreendentes e tudo acaba por fazer sentido. Só houve um pormenor relacionado com a vida deste jovem, e que condicionou completamente o seu futuro, que não foi revelado. E aqui penso que o autor pecou um bocadinho, pois pareceu-me um pormenor demasiado importante para ter ficado esquecido. Possivelmente o autor vai guardar esta revelação para o terceiro volume, embora na minha opinião fizesse mais sentido ter sido abordada neste livro.
No geral, gostei muito deste livro. Um aspeto que considero menos positivo no livro é o facto de nos dar demasiada informação sobre a obra anterior, o que pode condicionar um pouco a sua leitura dado que já sabemos a identidade do assassino.
Em termos de melhorias, penso que o autor deveria trabalhar mais os diálogos, pois pareceu-me que se sente mais à vontade nas descrições.
Como conclusão, posso afirmar que este livro tem tudo o que eu procuro num policial: ação, suspense, crimes aterradores, revelações bombásticas, detetives com vidas imperfeitas e problemas emocionais e ainda uma narrativa muito envolvente. Dou os parabéns ao autor e fico ansiosamente a aguardar a publicação de uma nova obra, principalmente mais uma aventura do detetive Rodrigo Tavares.
Classificação: 4/5 estrelas
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