Sentia algum entusiasmo por ir conhecer uma nova autora portuguesa, a Carolina Paiva, que, antes de ser publicada, já era conhecida na blogosfera (embora eu nunca me tivesse cruzado com o seu blogue).
Contudo, há opiniões um pouco ingratas de escrever e esta é uma delas. Sei que a escrita implica muito trabalho e dedicação, muita frustração e luta, e creio que qualquer escritor gosta de ouvir críticas positivas ao seu trabalho e de saber que os leitores desfrutaram realmente do que leram.
A minha relação com este livro, infelizmente, não foi das melhores. Não sei se terá sido por tê-lo lido a seguir a uma leitura muito boa, talvez estivesse ainda um pouco ressacada e não consegui entrar nesta história tão bem como desejava.
Em Regras para Descolagem conhecemos Lourenço, um detetive privado que está a trabalhar naquele que decidiu ser o seu último caso. É durante um voo, com a ajuda de um companheiro de viagem, que ele irá passar por um período de reflexão, procurando resolver o seu passado.
[Fotografia da minha autoria]
A escrita da Carolina é muito clara e cuidada, um ponto a seu favor e que nem sempre se encontra na primeira obra de um autor. Foi o aspeto que mais me agradou no livro.
Não gostei muito do registo em que a história nos foi contada. A maior parte da narrativa centrou-se nos pensamentos do Lourenço e nas suas reflexões e arrependimentos acerca da sua vida. Foi muito contar e não mostrar e, dessa forma, não consegui sentir-me cativada. Certamente a história teria resultado bem melhor se tivesse um registo um pouco diferente.
Não tive dificuldades com os recuos e avanços no tempo, consegui sempre situar-me bem. Compreendo que muitos leitores necessitem que o tempo esteja bem delimitado, mas a forma como a autora estruturou a história a nível temporal funcionou comigo.
Por outro lado, senti dificuldades nos diálogos. Achei-os pouco claros, com pouca expressividade e, com frequência, dava comigo perdida, sem saber quem estava a falar e a ter de voltar atrás para ler novamente. Creio que fazia falta trabalhar um pouco mais os diálogos, de forma a colmatar estas pequenas faltas.
Gostava de tecer comentários mais positivos a este livro, no entanto, a minha experiência com esta leitura deixou-me um pouco desiludida e acho importante ser sincera.
Espero que a autora continue a escrever, a aperfeiçoar os seus trabalhos e que em breve possa presentear os seus leitores com outra história da sua autoria, quem sabe até num registo diferente.
Classificação: 1/5 estrelas
Olá minha querida.
ResponderEliminarFizeste muito bem em ser o máximo sincera. Gostei da tua opinião. Diz o que não gostaste mas de uma forma construtiva, o que é valioso. Ao contrário do que se possa pensar quando se lê um crítica menos favorável, eu fiquei com vontade de conhecer o livro.
Compraste ou foi oferta da autora?
Beijocas e resto de boa semana
Olá Marisa,
EliminarObrigada pelo teu comentário.
Eu tento sempre ser sincera, não importa se o livro foi comprado, emprestado ou cedido pela editora. Acho a sinceridade importante, não só para o autor poder evoluir, como também para as editoras perceberem o que funciona melhor com os leitores.
Acho que fazes muito bem em conhecer o livro; até podes ter uma perspetiva diferente da minha e pode ser que o livro funcione melhor contigo. :)
Este foi-me emprestado.
Beijinhos e boa semana!