quarta-feira, 31 de março de 2021

Palavras Sentidas


"Silêncio também é conversar, mas nem todas as conversas significam silêncio [...]. Numa conversa o silêncio é saber escutar, usar um filtro, esperar, ter sensibilidade para pensar antes de falar, dar tempo ao pensamento antes da palavra usada."


Correria dos Pássaros Presos
Ana Gil Campos 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Palavras Sentidas


"O pai dissera-lhe muitas vezes que o que define um homem a sério é o facto de chorar sem se envergonhar disso, ler poesia com o coração, sentir a ópera na alma e fazer o que for preciso para defender uma mulher."


Lá, Onde o Vento Chora
Delia Owens

sábado, 20 de março de 2021

"A Caminho do Altar" de Julia Quinn [Opinião]


Julia Quinn tem-me salvado as alturas em que me sinto desmotivada para a leitura e necessito de um livro mais descontraído, fofo e romântico.

A Caminho do Altar conta-nos a história do último dos irmãos Bridgerton, neste caso, o Gregory, e foi uma das que mais gostei de conhecer. Estava mesmo a precisar de ler algo assim!

Gregory é um romântico incurável. Cresceu a ver toda a sua família rodeada de amor. Todos os irmãos casaram por amor, por isso ele acredita de verdade que o amor existe.
Assim, no momento em que conhece Hermione Watson, ele sabe que se apaixonou perdidamente e que aquela é a mulher da sua vida. Contudo, a tragédia acontece: ele descobre que ela está apaixonada por outro. E é nesse momento que recebe a ajuda de Lucinda, a melhor amiga de Hermione, disposta a arranjar um casamento adequado para a amiga.

Esta premissa é um bocadinho óbvia, sabemos claramente que o nosso Gregory vai acabar por se apaixonar por Lucinda. O problema é que ela está noiva de outro...

Este livro está repleto de peripécias que me deliciaram e me provocaram gargalhadas, bom humor e até uma lágrima teimosa. O livro cumpriu na perfeição a sua promessa de entreter e ajudou a melhorar a minha disposição e até a vontade de ler.

Não me recordo com precisão dos finais de todos os outros irmãos, mas este foi um daqueles mais sofridos, ou seja, parece-me que este casal passou por imensas provações até por fim conseguir o felizes para sempre.
Gostei imenso da parte final com uma pitada de perigo e suspense, deu um toque especial ao livro.
E adorei o epílogo. Foi épico! Já não aguentava de tanto me rir e tive de ir ler segunda vez! Adorei!

Foi excelente ter acompanhado esta série ao longo de vários anos e poder conhecer estas histórias maravilhosas. São livros excelentes para descontrair, rir às gargalhadas e encher o coração de ternura com os seus finais felizes. Recomendo vivamente!

Classificação: 4/5 estrelas

Volumes anteriores:
Crónica de Paixões e Caprichos
Peripécias do Coração
Amor e Enganos
A Grande Revelação
Para Sir Philip, Com Amor
A Bela e o Vilão 
Aquele Beijo

quarta-feira, 17 de março de 2021

Palavras Sentidas


"Todos cometemos erros. A vida não vem com manual de instruções. Quem nos ama saberá perdoar esses erros, mas quando os escondemos ou mentimos acerca deles, deixam de ser erros e passam a ser decisões."

O Prof
Vi Keeland 

sábado, 13 de março de 2021

"A Menina dos Doces" de Pedro Cipriano [Opinião]


Antes de mais, devo dizer que comprei este livro pela capa. Está apelativa e muito bem conseguida, pelo que chama de imediato a atenção do leitor. Parabéns à editora por este trabalho!

A Menina dos Doces apresenta-nos Mariana, uma jovem que acaba de entrar na Universidade de Aveiro e fica alojada na casa de um tio, que estava desabitada. Durante as limpezas, encontra uma caixinha de madeira que contém um conjunto de cartas e rapidamente descobre terem sido escritas por Liliana, uma prima que ela desconhecia.
Quando tenta questionar a família sobre aquele assunto, todos se mostram reservados, chegando até a negar a existência da prima. Mas Mariana não desiste de desvendar este segredo...

Tenho de admitir que este livro não me arrebatou, o que acredito dever-se ao facto de eu não estar dentro do público-alvo a que o livro se destina. Diria que é um livro destinado a jovens em idade universitária, uma vez que a história decorre neste contexto.
Pedro Cipriano leva-nos numa viagem por Aveiro, permitindo-nos acompanhar o dia a dia de uma jovem do primeiro ano e alguns acontecimentos académicos. Por não me identificar tanto com as problemáticas dos jovens desta idade, acabei por não conseguir criar uma ligação com Mariana.

[Fotografia da minha autoria]

O que mais me prendeu ao longo da leitura foi todo o mistério que envolveu a prima Liliana, o que é natural tendo em conta que sou uma fã incondicional de mistério e suspense. Gostei de ler as cartas que ela escrevia ao pai e poder conhecê-la através das suas palavras. Creio que foi uma forma interessante que o autor arranjou para nos dar a conhecer esta jovem. Senti imensa pena dela porque rapidamente percebi que o seu pai era ausente e que ela sofria com o facto de ele trabalhar demasiado e quase nunca passarem tempo juntos.

Gosto de segredos familiares e de histórias que os exploram, bem como todo o drama que envolve a situação. Por isso acabei por criar expectativas que não foram correspondidas, uma vez que o motivo da morte da Liliana não foi tão macabro como eu esperava. Contudo, foi realista dentro de uma família demasiado tradicional, que acabou por tornar este assunto num autêntico tabu. Por fim, a confrontação de Mariana com as consequências das suas ações está bem conseguida, o autor retratou muito bem o arrependimento nesta personagem.

Por fim, alguns pontos que acredito que poderiam ser melhorados:
- algumas descrições em excesso que impedem que o início da história se desenvolva mais rapidamente;
- alguns diálogos que não me fizeram muito sentido e que podiam ter sido melhor aproveitados, uma vez que o autor até abordou temas que preocupam os jovens, como a violência no namoro, a pressão dos pares, as dietas, a falta de autoestima, entre outros.
- a relação de Mariana e Rui que precisava de uma grande reestruturação; não senti química entre os dois e achei as suas conversas demasiado lamechas. Talvez alguns inícios de namoro sejam assim mas eu gosto de sentir a química quando leio, de sentir que aquelas personagens foram feitas uma para a outra.

Para o futuro, gostava que o autor explorasse um pouco mais a ficção científica. Gostei imenso de ler o seu conto A Aranha, dentro de uma temática completamente diferente daquela que encontramos em A Menina dos Doces.

Classificação: 3/5 estrelas

quarta-feira, 10 de março de 2021

Palavras Sentidas


"Poucas pessoas estavam dispostas a expor a sua intimidade perante um desconhecido, e toda a gente adorava espreitar a vida dos outros."


Kentukis
Samanta Schweblin

quinta-feira, 4 de março de 2021

"A História de uma Serva" de Margaret Atwood [Opinião]


«Ferozmente político e negro, se bem que cheio de espírito e sabedoria, este romance é cada vez mais vital nos nossos dias.»
Observer
 
Andava com saudades de ler uma distopia, um género que adoro mas que exploro pouco, e decidi escolher A História de uma Serva, de Margaret Atwood.
Este livro foi uma surpresa total e, ao longo da leitura, várias vezes dei comigo a pensar "como é que eu nunca tinha lido este livro?".

Ele foi publicado originalmente em 1985, o que significa que é uma história com mais de 35 anos. O que é fascinante é ela apresentar uma temática assustadora, que não deixa de ser atual e plausível.
 
Extremistas cristãos de direita derrubam o governo americano e queimam a Constituição. Aquele país passa a chamar-se Gilead, um estado policial fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, servem unicamente para fins de procriação. São obrigadas a conceber filhos para a elite estéril.

A primeira coisa que me chamou a atenção neste livro foi, sem margem para dúvidas, a escrita. Margaret Atwood escreve de forma irrepreensível. Ela consegue embalar e cativar o leitor com as suas palavras, notando-se também uma grande maturidade, que certamente advém da sua experiência enquanto autora de mais de 40 livros publicados.
 
[Fotografia da minha autoria]
 
A escrita foi então o elemento que me agarrou desde o início. A seguir, foi o enredo. A história é narrada na perspectiva de Defred, uma Serva da República de Gilead. Esta narração é feita na forma de um relato e, posteriormente, no final do livro, ficamos a saber que de facto é um relato, como se alguém tivesse gravado a sua história em cassetes e elas tivessem sido transcritas.
Defred é crua e fria na sua narração, é alguém que sofreu tanto que o seu relato acaba por ser um pouco desprendido e em fragmentos da sua memória. Algumas passagens parecem nubladas, ela própria afirma que tem várias versões do mesmo acontecimento. É como se alguém nos contasse a sua história passados muitos anos.

O livro é bastante parado em termos de ação, porém está sempre a acontecer alguma coisa. O que é curioso é que eu sou uma leitora que precisa de dinamismo e adrenalina nas leituras, pois aborreço-me facilmente quando as histórias são mais paradas. E, embora este livro seja tudo menos enérgico, eu senti-me cativada de início ao fim.

Posso afirmar que me senti completamente chocada com algumas das cenas descritas neste livro, de tão gráficas que são. Por mais que tente, não consigo imaginar-me a ser obrigada a viver numa sociedade destas. Dou os parabéns à autora pela imaginação e criatividade na construção deste mundo. Gosto de livros que me choquem!

O final é daqueles que muitos leitores não gostam de encontrar porque é um final aberto. Termina de forma um pouco abrupta e sei que terei de ler brevemente a sequela, Os Testamentos, em busca das respostas de que necessito.
 
Recomendo vivamente esta leitura, não só aos fãs de distopias, como a qualquer leitor que queira embrenhar-se numa realidade assustadoramente possível.

Classificação: 5/5 estrelas

quarta-feira, 3 de março de 2021

Palavras Sentidas


"[...] a amizade tem de fluir para os dois lados. Ambas as partes têm de estar dispostas a investir na amizade para a manter."
 
O Regresso
Nicholas Sparks