quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Palavras Sentidas


«Por isso estou a fazê-lo por ti, porque é assim que as pessoas se deviam comportar: deviam preencher as lacunas umas das outras.»
 
Acorda Para a Vida, Chloe Brown
Talia Hibbert

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

«O Ano da Dançarina» de Carla M. Soares [Opinião]


O Ano da Dançarina é um romance histórico de Carla M. Soares situado em Portugal, em 1918, e que acompanha a família Lopes Moreira.
 
O jovem tenente-médico Nicolau regressa da Frente Francesa. Ferido e traumatizado, vem para junto da família para recuperar com mais conforto.
Naquela altura, Portugal está marcado pelo esforço da 1.ª Guerra Mundial, pela eleição de Sidónio Pais e pela agitação social. Nicolau estará também em conflito com uma antiga amante que muita dor lhe provocou e que regressa agora para o atormentar.

Conhecemos também os irmãos de Nicolau: César é quem trata dos negócios da família; Bernarda luta por uma carreira na imprensa, numa altura em que as mulheres ainda não podiam votar; e Eunice, que deseja tornar-se enfermeira e juntar-se às enfermeiras portuguesa na Frente.

O país vai ainda passar por mais tormentas, uma vez que a gripe espanhola, espalhada pelo mundo, chega agora a Portugal. Nicolau e a família vão estar no meio desta pandemia e não escaparão ao sofrimento que ela provoca.

A escrita da Carla M. Soares não tem igual e talvez este tenha sido o livro que mais prazer me proporcionou nesse aspeto. É uma escrita trabalhada e cuidada, que cativa o leitor; embora o texto possa parecer denso, Carla torna a história apelativa e dá realmente vontade de ler sempre mais um bocadinho.
 
[Fotografia da minha autoria]

Nota-se que este livro teve um enorme trabalho de pesquisa. A autora transpôs para o papel o contexto social, económico e político. Transportou-nos para a Lisboa de 1918, e fê-lo muito bem.
Curiosamente, antes de ler este livro, tinha lido outro que também retratava a gripe espanhola, mas com uma abordagem diferente. Desta forma, adorei ler sobre a mesma temática, mas vê-la desenvolvida de outra forma e com um contexto diferente. Sinto que ambos os livros me ensinaram muito.

Na nota do autor, Carla refere que não é historiadora nem a tal aspira; por isso, este não é um livro de história, mas sim uma história de família, que a autora situou naquela época e que procurou que fosse autêntica. Ela pretendia que o leitor terminasse o livro com uma sensação de prazer e uma boa imagem da Lisboa de 1918.
No meu caso, posso afirmar que a autora cumpriu o seu objetivo. Foi uma leitura vívida, vi-me transportada para aquelas ruas e a história permanecia na minha cabeça, mesmo quando eu passava vários dias sem conseguir ler.

Recomendo vivamente esta história a qualquer leitor que deseje conhecer um bocadinho dos acontecimentos que marcaram a história do nosso país.

Classificação: 5/5 estrelas

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

«Teatro de Fantoches» de M. W. Craven [Opinião]


«Um brutal e empolgante policial que se lê de um só fôlego.»
The Sun

Teatro de Fantoches foi o meu primeiro contacto com as obras de M. W. Craven. Senti curiosidade por este livro assim que foi publicado em Portugal.
É o primeiro livro de uma série que acompanha o Inspetor Washington Poe.

A contracapa deste livro pergunta-nos: «Haverá algo pior do que ser queimado vivo?»
Temos de admitir que é uma frase que causa alguns arrepios.

Neste policial intenso, um assassino em série rapta as suas vítimas, mutila-as e queima-as vivas. Não deixou nenhuma pista e a polícia está desorientada.
Washington Poe é um inspetor que se encontra suspenso devido a um erro que cometeu no passado. Vive isolado e não quer, de maneira nenhuma, envolver-se nesta investigação. Porém, quando o seu nome é encontrado nos restos carbonizados de uma das vítimas, rapidamente percebe que o assassino tem outros planos para ele.

Este policial cativou-me sobretudo pelas personagens. Poe é um inspetor que não gosta de seguir regras; é aquele que faz o que tem de ser feito, não se importando se vai acabar por aborrecer uma grande quantidade de pessoas.
A ele vai juntar-se Tilly Bradshaw, uma analista de dados extremamente inteligente, mas desprovida de competências sociais.
As interações entre Poe e Tilly são interessantes e com diversas peripécias divertidas. Embora seja um policial com crimes terríveis, acaba por nos oferecer algumas gargalhadas, à medida que eles investigam o passado das vítimas e novas pistas vão surgindo.

O final surpreendeu-me, bem como a identidade do assassino. Não foi a primeira vez que encontrei um assassino com estas características. É difícil escrever um policial completamente inovador, mas as suas motivações foram credíveis e o autor conseguiu manter-me agarrada até ao final.
A escrita não é muito gráfica e a medicina legal não tem um papel relevante. A investigação centra-se sobretudo na procura de pistas e na análise de dados (que conduzirão a outras pistas).

A história pessoal de Poe tem algumas nuvens negras, mas foram-nos dadas também novas pistas para os romances seguintes que acompanham esta personagem. Já tenho o segundo livro na minha estante e espero conseguir lê-lo ainda este ano.

Teatro de Fantoches é um policial intrigante que mantém o leitor colado desde as primeiras páginas. M. C. Craven é certamente um autor a acompanhar.

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Desafio Mestre do Crime 2022

Pelo terceiro ano consecutivo, vou participar no desafio literário Mestre do Crime, criado pela Silvana, do blogue Por detrás das Palavras.

O objetivo do desafio consiste em ler livros de mistério/thriller e policiais


Os níveis do desafio são os seguintes:

Nível 1 - Ter 4 livros lidos e um deles ser escrito por uma mulher
Nível 2 - Ter 8 livros livros lidos e um deles escrito por um autor nunca lido
Nível 3 - Ter 12 livros lidos e um deles ter uma personagem principal feminina
Nível 4 - Ter 16 livros lidos e um deles ter sido publicado em 2021

Espero conseguir completar os 16 livros lidos!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Aquisições: Janeiro

Janeiro chegou ao fim com algumas peripécias, bastante trabalho e pouco tempo para ler. Mesmo assim, não foi um mês nada mau no que diz respeito a leituras e a aquisições.
 
Vamos ver o que chegou cá a casa?
 
COMPRAS
 
- Em dezembro, comprei em pré-venda o Ás de Espadas, o primeiro livro publicado pela Desrotina.
Perto do fim do mês, comprei ainda o mais recente livro do Nuno Nepomuceno numa sessão de autógrafos, em que também tive o prazer de conhecer o Nuno e conversar um bocadinho com ele.
Estou muito ansiosa por ler estas duas novidades!
 

EMPRESTADO
 
- Encontrei-me com a melhor amiga e ela trouxe-me este policial que estou ansiosa por ler. Despertou-me curiosidade logo desde a sua publicação!
 

E tu, tiveste um bom mês de aquisições literárias?