terça-feira, 31 de março de 2020

Aquisições: Março

Chegou ao fim o mês que preferíamos nunca ter vivido. A pandemia veio alterar tudo no nosso dia a dia e fazer-nos repensar tudo aquilo que tomávamos como garantido. A quarentena já ajudou muitas pessoas a pôr as leituras em dia, contudo, para mim, o mês de leituras foi normal e não me trouxe mais vontade de ler. Creio que até foi ao contrário: passei alguns dias bastante desmotivada e com pouca paciência para a leitura.

Mas vamos pensar em coisas boas e ver os livros que chegaram cá a casa durante o mês!

- Não podia ter começado o mês da melhor forma. Este foi o livro que a Silvana me emprestou no âmbito do nosso projeto de empréstimo surpresa. Já iniciei a sua leitura!

EMPRÉSTIMO


- Da Porto Editora chegou este romance de Joana Ferraz, com uma capa muito bem conseguida e uma sinopse que chamou de imediato a minha atenção. Já o li e a opinião pode ser lida aqui.

OFERTA EDITORA


- Já andava de olho neste livro desde a sua divulgação; confesso que fiquei imediatamente agarrada pela premissa. Encontrei-o no OLX a um preço mais baixo e não resisti a adquiri-lo.

COMPRA


Foram estas as minhas aquisições!
E agora contem-me: adquiriram muitos livros este mês?

quinta-feira, 26 de março de 2020

"Cassiopeia" de Joana Ferraz [Opinião]


Cassiopeia é o romance de estreia de Joana Ferraz, autora que venceu, em 2011, o concurso Novos Talentos Fnac, com o conto Maria, uma Breve História.

Fui de imediato atraída pela capa, que acho incrível e que me envolveu no seu magnetismo, levando-me a querer descobrir a sinopse desta história.

Cassiopeia é uma jovem mulher de 30 anos que está em coma induzido depois de ter sofrido um enfarte do miocárdio. Enquanto está no hospital, consciente de tudo o que se passa à sua volta, vai vagueando pelo labirinto da memória, dando-nos a conhecer diversos episódios da sua vida.

O livro segue a ordem cronológica dos 129 dias que Cassiopeia passa em coma, embora os episódios de cada capítulo não sejam relatados de forma linear. Ela partilha episódios da sua adolescência rebelde, dos primeiros amores, da separação dos pais, das suas aventuras e segredos de família que pareciam enterrados no passado.

Tanto vagueia pelas memórias passadas como por momentos do presente, nomeadamente procedimentos médicos e visitas que recebe na enfermaria.

[Fotografia da minha autoria]

É um livro um bocadinho estranho no início, pois parece ter uma narrativa sem linha condutora, mas a verdade é que me prendeu desde as primeiras páginas. Na minha opinião, está muito bem estruturado. Pode ser um livro confuso para alguns leitores mas a memória também o é.
Achei-o envolvente e com uma pitada de mistério, levando-me a desejar, por um lado, ler devagar para desfrutar ao máximo da leitura e, por outro, ler tudo de uma vez para descobrir o que acontece no final a esta personagem.

Cassiopeia está em coma. Será que vai conseguir acordar?

Achei a escrita da Joana Ferraz uma autêntica lufada de ar fresco. A escrita é muito bonita, revelando alguma maturidade e sem ser excessivamente formal, adequando-se na perfeição a esta história, toda ela contada na primeira pessoa. Estava mesmo a precisar de ler algo assim refrescante e ainda melhor vindo de uma autora portuguesa.

Simpatizei com Cassiopeia desde as primeiras páginas, não por estar em coma e sentir pena dela, mas pela sua voz. É sincera e crua, relatando a sua vida sem censura.

Um dos últimos capítulos traz uma revelação que abala todo o mundo da nossa personagem e que me deixou de coração apertado. Acredito que interpretei bem o final mas gostava mesmo de poder conversar com outros leitores acerca deste livro.

Cassiopeia é uma leitura mais que recomendada. Leiam, experimentem, conheçam o trabalho desta autora! Eu cá ficarei a aguardar novos romances da Joana Ferraz.

Classificação: 4/5 estrelas

Nota: Este livro foi-me oferecido pela editora em troca de uma opinião honesta.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Palavras Sentidas


"― Quando se ama alguém, por vezes é necessário colocar as suas necessidades à frente das nossas."

O Cliente
Vi Keeland

terça-feira, 24 de março de 2020

Desafio de Escrita dos Pássaros #2.8 | Memórias


Tema: Foi tão bom, não foi

          Memórias

Foi tão bom, não foi? Tenho-me lembrado todos os dias das nossas últimas férias. Foram as terceiras fora do país, mas as primeiras num daqueles destinos tropicais que sempre estiveram na minha lista de desejos. Recordo-me da discussão que tivemos por não achares que era o melhor ano para viajar, uma vez que tinhas começado um novo emprego há poucos meses. Ralhei, resmunguei e amuei como uma criança por pensar que não davas valor à data que precisávamos de festejar. Mas tu conheces-me melhor do que eu própria e, nessa noite, já estávamos a fazer as pazes. No dia seguinte, apareceste-me com os bilhetes de avião.

Os médicos hoje passaram por aqui. Disseram que estão confiantes na tua recuperação. És forte e um lutador. Vais acordar não tarda nada e estes sessenta e quatro dias serão apenas uma nuvem negra que atravessou o nosso céu. Eu sei que vais voltar para mim, meu amor.

Foi tão bom, não foi? O sol a aquecer-nos a pele, a boa disposição, as gargalhadas que me provocavas com os teus constantes disparates, a comida que conhecemos e experimentamos, as ruas daquele país, as corridas que gostavas de dar todas as manhãs, arrastando-me atrás de ti e ignorando as minhas reclamações em voz ensonada. A forma doce como me beijavas e te agarravas ao meu corpo, como se estivesses a descobrir-me pela primeira vez…

Passei a manhã a trabalhar e, após o almoço, vim para cá, como tenho feito todos os dias. Ajudo a dar-te banho e a fazer-te a barba, porque não suporto ver as enfermeiras a tocar na tua pele que eu conheço centímetro a centímetro de tanto a ter beijado. Não são ciúmes, sabes que não. É a minha forma de estar presente, de te relembrar a cada dia que estou aqui a pedir-te que acordes. Quando esse momento chegar, quero ser a primeira pessoa que verás com esses teus olhos de safira.

Será tão bom, não será? Tenho andado a compilar uma lista das coisas que quero fazer contigo, dos lugares que vamos conhecer, das novas experiências que iremos partilhar. Eu sei que não é para fazer tudo de uma vez, nem sequer teremos de cumprir a lista toda. Vais precisar ainda de um tempo para recuperar, para regressares à nossa vida do ponto onde a deixaste. Mas não me deixes vivê-la sem ti. Não me abandones nesta escuridão. Acorda. Acorda, por favor, meu querido. Estou aqui contigo. Abre os olhos. Acorda, meu amor.

quinta-feira, 19 de março de 2020

"O Rio de Esmeralda" de José Rodrigues [Opinião]


O Rio de Esmeralda é o primeiro romance de José Rodrigues, publicado em 2017, ao qual já se seguiram os romances Voltar a Ti e O Tempo nos teus Olhos.

Uma das coisas que chama de imediato a atenção nos livros do autor são as capas. Todas são compostas por fotografias da autoria de Sara Augusto e, devo dizer, são lindíssimas.

Curiosa com as opiniões positivas que tenho visto no instagram, tomei a liberdade de pedir um exemplar ao autor para leitura e escrita de uma opinião. Ele acedeu gentilmente ao meu pedido e fez-me chegar a casa um exemplar autografado de O Rio de Esmeralda.

Tal como a capa, o interior do livro também contém fotografias de Sara Augusto, uma no início de cada capítulo. Foi feito um trabalho muito bom, as fotografias são lindas e o interior do livro é muito agradável.

Comecei a leitura com imensas expectativas. Sentia-me contente por estar a ler e conhecer um novo autor português e queria perceber este fascínio que os seus livros têm provocado nos leitores. Contudo, por vezes, as nossas expectativas acabam por sofrer um pouco à medida que nos embrenhamos na leitura e é por isso que considero que esta opinião é difícil de escrever.

Sou sempre sincera nas minhas opiniões literárias, independentemente de o livro ser comprado ou oferecido por uma editora ou autor. Se a leitura não me cativou, digo-o e explico sempre o meu ponto de vista. Ser desonesto é enganar tanto os outros leitores como os próprios autores, que precisam de ouvir todos os sentimentos dos leitores para poderem melhorar.

Fiquei triste porque esperava gostar mais deste livro. Queria ter gostado mais.

[Fotografia da minha autoria]

O Rio de Esmeralda conta-nos a história de Esmeralda e António que, em jovens, viveram um grande amor. A vida acabou por separá-los e ambos seguiram novos caminhos. Mais de vinte anos depois, vão ter a possibilidade de um reencontro, que irá avivar a doçura de todas as memórias e sentimentos.

A escrita do autor é muito bonita e cuidada, notando-se alguma doçura na forma como aborda as personagens e os acontecimentos das suas vidas. Há metáforas interessantes, como comparar a vida de Esmeralda a um rio. No entanto, a prosa do autor centra-se muito no contar a história, ao invés de a mostrar, de nos transportar para dentro das páginas.

Gostava de ter visto um maior desenvolvimento do passado das personagens, do motivo por que saíram da aldeia bem como o porquê de se terem separado. Apenas nos foi dito que se separaram para irem para universidades diferentes e nunca mais se viram. Ora, isto é pouco para um leitor ávido por descobrir tudo acerca das personagens. Será que um amor tão forte morre assim? Deixa-se vencer facilmente pela distância sem dar qualquer luta?

Talvez eu não me tenha sentido muito ligada a estas personagens, embora todos nós já tenhamos alguma vez na vida passado por uma separação deste género ou por um amor não correspondido.

Senti também que os diálogos precisavam de ser mais trabalhados para serem mais realistas, ou seja, adequarem-se ao género, idade e profissão das personagens. Estas carecem igualmente de caracterização, de mais traços distintivos.

Não conheço os restantes livros do autor, não posso afirmar se houve evolução, uma vez que comecei pelo primeiro. No entanto, acredito que o autor tem bastante potencial se limar algumas arestas, nomeadamente o equilíbrio entre contar e mostrar.

Em suma, não deixo de salientar a importância de lermos e apoiarmos os autores portugueses e de escrevermos opiniões que os ajudem a ser ainda melhores.

Classificação: 2/5 estrelas

Nota: Este livro foi-me oferecido pelo autor em troca de uma opinião honesta.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Palavras Sentidas


"A arte não é um animal exótico que se guarde em cativeiro para que possamos admirá-lo todos os dias. Pelo contrário, deve ser contemplada de forma próxima por todos nós. Só assim poderá cumprir a sua principal função: inspirar-nos."

A Última Ceia
Nuno Nepomuceno

sexta-feira, 13 de março de 2020

Desafio de Escrita dos Pássaros #2.7 | O site


Tema: Escreve o teu elogio fúnebre

          O site

Olho para o retângulo branco no ecrã à minha frente, onde o cursor pisca sem parar.

Não sei o que escrever.

Deverei falar sobre mim? Dos sonhos que realizei e daqueles que ficaram por concretizar? Pedir desculpa à minha família e aos meus amigos pelas inúmeras asneiras que fiz? Ou dizer-lhes simplesmente que lamento a sua perda?

O que será mais correto escrever, sabendo que serão as minhas últimas palavras?

Desculpem, vocês devem estar confusos, sem saber quem sou e o que estou a fazer.

Sou uma investigadora particular especializada em casos de traição conjugal. Dito de uma forma mais simples, eu ajudo as pessoas a divorciarem-se.

Foi durante uma das minhas investigações para um novo cliente que me deparei com este site incrível. E olhem que nem precisei de me meter em ilegalidades, coisa que raramente faço, caso estejam a ficar preocupados.

Encontrei-o por acaso. Atraída pelo nome, cliquei no link da página e em poucos segundos apresentou-se perante mim um ecrã acinzentado, com umas letras azuis bem gordas, onde se lia: Planeie o seu próprio funeral.

É isso mesmo. Arrepiante, não é? Fiquei tão incrédula como vocês estão neste momento.

Mas depois comecei a explorar o site e mudei de ideias. Está muito completo, oferece-nos diversas possibilidades para planear o funeral dos nossos sonhos, bem como apoio especializado em todos os momentos.

Abri o formulário de planeamento e comecei por inserir os meus dados pessoais. A seguir vem a escolha do caixão que se pode personalizar totalmente ao nosso gosto. Eu escolhi uma urna para cremação. Não faço questão de ficar a ocupar espaço no meio da terra.

Podem também deixar indicações para a missa do vosso funeral e escolher as músicas que querem que sejam tocadas.

A parte final – antes de incluir tudo isto num testamento – foi aquela que me deixou sem saber o que fazer. O retângulo branco onde o cursor pisca sem parar.

Mesmo em cima, a indicação: Escreva o seu elogio fúnebre.

O que é que se escreve nestas alturas?

Levanto-me da cadeira e espreito pela janela, enquanto reflito mais um pouco. O céu está cinzento, não tardará a chover.

Regresso ao computador e, surpreendentemente, os meus dedos iniciam uma dança pelo teclado e as palavras começam a surgir diante de mim. Decorridos dez minutos, tenho um incrível texto de quinhentas palavras que será lido no dia do meu funeral. Sorrio, orgulhosa de mim!

Querem saber o que escrevi, não querem? Aposto que estão aí roídos de curiosidade!

Lamento, mas terão de esperar pelo dia do meu funeral que, a propósito, só acontece lá para o final do capítulo trinta e cinco.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Palavras Sentidas


"Não importa como viveste a tua vida (...). Não importa o grau da tua riqueza, o que alcançaste, aqueles que conheces ou as esperanças que tens. No final, acontece o mesmo a cada um de nós... todos vamos morrer."

O Carrasco do Medo
Chris Carter

terça-feira, 10 de março de 2020

"Cassiopeia" de Joana Ferraz [Divulgação]

Título: Cassiopeia
Autor: Joana Ferraz
Edição: 2020
Editora: Coolbooks
Páginas: 208
PVP: 15,50€

Serão 129 dias de coma suficientes para explorar o labirinto da memória?

Cassiopeia é o romance de estreia de Joana Ferraz

É com uma narrativa sem princípio, meio e fim, mas capaz de intrigar o leitor e quase o obrigar a saber o que acontece na página seguinte que Joana Ferraz se estreia neste género literário. Cassiopeia é o título do seu primeiro romance já disponível com o selo da Coolbooks.

Sinopse:

Cassiopeia Lopes. Trinta anos. Enfarte do miocárdio. Coma induzido.

Presa no seu próprio corpo, mas consciente de tudo o que se passa à sua volta, Cassiopeia vagueia pelo labirinto da memória.

De forma crua, retoma episódios da sua vida, desde a dura separação dos pais à adolescência rebelde, aos primeiros amores, às descobertas do sexo, ao engano de todas as suas expectativas e convicções.

Cassiopeia quer acordar, mas tarda em fazê-lo.

Sobre a autora:

Nasceu em 1978. É Licenciada em Direito, fez Mestrados em Propriedade Intelectual e Gestão e Estudos da Cultura.

Em 2011, ganhou o concurso Novos Talentos Fnac com o conto Maria, Uma Breve História, mais tarde adaptado para cinema.

Atualmente é jurista na Rádio e Televisão de Portugal e uma constante repetente em viagens de mochila.

segunda-feira, 9 de março de 2020

"Segredos Obscuros" de Hjorth & Rosenfeldt [Opinião]


«Um thriller extraordinariamente inteligente.»
De Telegraaf (Holanda)

Apesar de ter na estante três volumes da série de Sebastian Bergman, escrita por uma dupla de autores suecos, ainda não tinha tido oportunidade de lhes dar a devida atenção. Assim que a minha melhor amiga me emprestou o primeiro volume da série, não tive como escapar e atirei-me avidamente a esta leitura.

Deixem-me apenas confessar-vos que tenho uma pequena mania de fazer cara feia aos policiais com mais de 500 páginas. Não tenho qualquer problema em ler livros volumosos; apenas fico com receio de que um livro deste género, com tantas páginas, possa vir a arrastar-se e ter alguma palha. Provavelmente este é apenas um preconceito meu, que não se mostrará verdadeiro em muitos livros.

De facto, os meus receios eram completamente descabidos. Segredos Obscuros é um policial muito bem construído e estruturado, com uma interessante diversidade de personagens e bem equilibrado a nível de investigação policial.

Tudo começa com o desaparecimento de Roger, um jovem de 16 anos que, mais tarde, é encontrado morto, com o corpo mutilado e o coração arrancado do peito. Isto dá início a uma investigação que irá desvendar imensos segredos.

Nos primeiros capítulos, o livro não é muito dinâmico mas a verdade é que acaba por agarrar o leitor e mantê-lo curioso até ao fim. Está sempre a acontecer alguma coisa e, embora no início os investigadores tenham dificuldade em prosseguir na investigação, as pistas vão surgindo e, pouco a pouco, vai sendo montado o quadro deste crime.

[Fotografia da minha autoria]

Como referi acima, conhecemos bastantes personagens. Há espaço para uma boa caracterização de todas elas, o que nos permite sentir afinidade por umas e antipatia por outras.

Gostava de falar de Sebastian Bergman, um psicólogo que trabalhava como profiler para a Polícia em casos de assassinos em série. Um tsunami levou-lhe a mulher e a filha e, desde aí, ele nunca mais foi o mesmo. Deixou de trabalhar e transformou-se num homem à deriva.
Sebastian é de facto uma personagem intrigante. É brusco, rude e convencido nas suas interações com os outros, o que por diversas vezes me fez sentir uma certa antipatia por ele. Contudo, não passa de um homem que perdeu tudo e que, volvidos alguns anos, ainda não consegue ainda lidar com aquela tragédia. A dor dele é palpável.

Também gostei do inspetor Thomas Haralsson. Não sei se gostar será o termo certo, uma vez que passei todo o livro a sentir pena dele. Tudo lhe corria mal. Foi afastado da investigação quando uma equipa externa foi chamada para investigar este homicídio, mas nunca desistiu de provar o seu valor como detetive. O problema é que nunca conseguia fazer nada acertadamente. A juntar a tudo isso, tinha de lidar com a mulher que andava a fazer tratamentos de fertilidade e estava desesperada por engravidar. Nem no final do livro as coisas melhoraram, por isso espero que este homem possa vir a ter alguma sorte nos volumes seguintes da série.

O final foi bastante surpreendente e achei aquelas últimas linhas incríveis. Mas que revelação bombástica! Só me deixou ainda mais curiosa por ler a próxima aventura de Sebastian Bergman.

Para quem é fã de policiais e, especificamente, de literatura nórdica, aqui está uma sugestão a não perder. Em Portugal, a Suma de Letras já publicou cinco volumes desta série.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 6 de março de 2020

Desafio de Escrita dos Pássaros #2.6 | O vírus


Tema: Oh não, um vírus outra vez!

          O vírus

— João, vê se vais para casa descansar — disse-lhe a colega de laboratório, mesmo antes de se ir embora, ao final do dia.

João acenou-lhe com a mão, enquanto abanava a cabeça, prometendo obedecer ao seu conselho. Contudo, não tinha qualquer intenção de abandonar o que estava a fazer. Tal como no dia anterior. E no dia antes desse. E em nenhum dos dias que se seguiram ao desabar do seu mundo.

Recordava-se perfeitamente do dia em que ouvira pela primeira vez falar do vírus porque fora também o dia em que descobrira que iria ser pai.

Há uma semana que não saía daquela sala de laboratório. Tornara-se o seu refúgio. O seu santuário.

O seu purgatório.

Se ao menos tivesse sido suficientemente rápido…

Nos primeiros dias ninguém atribuiu muita importância ao aparecimento do vírus. Porém, à medida que os casos se começaram a multiplicar, o pânico instalou-se nas populações. As primeiras mortes revelaram que se estava perante algo realmente grave. E quatro meses depois não havia um único país no mundo que não tivesse dezenas de casos confirmados.

Há uma semana que João não dormia, excetuando aquelas duas horas que se autorizava a parar. Alimentava-se de café e de uma ou outra sandes, mas sabia que não aguentaria muito mais tempo. Sentia que o seu corpo se assemelhava a uma bomba atómica pronta a explodir.

Mas não podia parar. Sabia que estava prestes a alcançar a descoberta que todos ansiavam. Uma descoberta que, contudo, lhe era inútil, uma vez que nada lhe poderia devolver o que perdera.

O mundo não estava preparado para ouvir aquela declaração de pandemia. Mas ao quinto mês o vírus infetara já dois milhões de pessoas. E ao sétimo mês os investigadores lutavam contra três estirpes diferentes.

João afastou-se da bancada onde trabalhava e dirigiu-se à casa de banho. Tirou as luvas e a máscara e atirou-as para dentro do caixote do lixo. Lavou as mãos e a cara. Sentia a testa e as bochechas demasiado quentes. Havia momentos em que se sentia à beira de desfalecer. O cansaço era muito e o corpo não parava de lhe tremer.

Recompôs-se e fitou o seu rosto no espelho. O rosto do desespero. Um destroço humano. Um homem que, apenas alguns dias antes, se agarrara ao corpo moribundo da mulher. Chorou. Berrou. Gritou por ela e pelo filho que nunca viria a conhecer.

Tinha sido vencido pelo vírus.

A única coisa que lhe restava, mesmo sabendo que chegara tarde demais, era ter a certeza de que seria capaz de o aniquilar.

Arrastou-se de novo para a bancada, sendo assolado por um ataque de tosse.

O derradeiro teste chegara. Não havia mais tempo. E tinha a cobaia perfeita.

Agarrou a seringa onde preparara a vacina e injetou-se no braço.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Livro Recebido]

 
Esta semana chegou cá a casa mais um livro da Silvana no âmbito do nosso empréstimo surpresa!

Ela disse-me que o livro seria uma grande surpresa, o que me deixou curiosa durante os vários dias em que estive à espera da chegada do envelope.

E o livro que recebi foi este:

 
De facto, foi uma enorme surpresa! Não estava mesmo nada à espera! Mas a verdade é que não tinha nenhuma suspeita do livro que poderia ser. Gostei muito da escolha dela!
Além do mais, este é talvez um dos livros mais novinhos da estante da Silvana; ela comprou-o no mês passado, por isso está a dar-me a grande responsabilidade de ser a primeira a lê-lo.

Vamos a isso?

Obrigada Silvana!

quarta-feira, 4 de março de 2020

Palavras Sentidas


"Há quem diga que o dinheiro não compra a felicidade. Pode ser que não. Todavia, se o gerirmos como deve ser, o dinheiro compra liberdade e tempo, e essas coisas são muito mais palpáveis do que a felicidade."

Não Desistas
Harlan Coben

terça-feira, 3 de março de 2020

Aquisições: Fevereiro

O mês mais pequeno do ano esteve recheado de boas aquisições literárias.
Vamos ver?

- Logo no início do mês, não consegui resistir aos momentos WOOK e adquiri o tão desejado novo thriller de Harlan Coben! Ainda não o li, mas será para breve!

COMPRA


- Este foi-me emprestado pela melhor amiga, durante o nosso passeio que inclui sempre uma troca de livros!
É a minha leitura atual.

EMPRESTADO


- Esta prenda de Natal do meu irmão veio um bocadinho atrasada, uma vez que ele me tinha comprado um livro repetido e precisou depois de o trocar. Mas qualquer altura é ótima para receber um livro como prenda! Obrigada!

PRENDA DE NATAL


- Para terminar muito bem o mês, recebi este livro que me foi gentilmente oferecido pelo autor, José Rodrigues. Veio autografado e tudo!! Estou muito curiosa e vou começar a leitura dentro de poucos dias para depois partilhar tudo convosco.

OFERTA


Como podem ver, foi um mês muito bom!
E como correu o vosso a nível de aquisições?