Este ano li três livros do Nuno Nepomuceno. Queria lê-los por ordem de publicação antes de pegar no A Última Ceia, que foi publicado no mês de janeiro.
Os livros não precisam necessariamente de ser lidos por ordem, uma vez que as histórias são independentes e não estamos perante nenhuma série. Contudo, o aparecimento do Professor Catalão é algo transversal a todos os livros desde A Célula Adormecida e, como é natural, a vida do professor vai evoluindo e é interessante acompanhar essas mudanças desde o início.
Este livro apresenta uns pequenos spoilers do que aconteceu no final de Pecados Santos e é só por esta razão que recomendo que sejam lidos por ordem.
A Última Ceia apresenta um registo um pouco diferente do que aquilo a que o autor nos tem habituado. Ele aventurou-se no roubo de um quadro, mais precisamente A Última Ceia, de Giampietrino, uma cópia do original de Leonardo Da Vinci.
Conhecemos Sofia Conti, uma jovem mulher que se apaixona por um carismático milionário que poderá ser um ladrão de obras de arte. Quando, mais tarde, ela é abordada por um antigo professor, percebe que acabou de ser colocada perante um dilema: deverá denunciar o homem com quem vai casar-se ou tornar-se cúmplice dele?
Gostei muito de conhecer estas novas personagens que o Nuno criou, especialmente Giancarlo, de quem gostava de ter visto um pouquinho mais, confesso.
A intervenção de Afonso Catalão foi mais pequena desta vez, mas não deixou de ser muito bom reencontrar esta personagem.
[Fotografia da minha autoria]
A ação decorre entre Londres e Milão, com hábeis descrições que nos transportam para cada um dos locais por onde as personagens se movimentam.
Quando li Pecados Santos, senti que o livro não me provocou aquela vontade de o ler compulsivamente. Neste novo thriller do autor, o caso mudou de figura. A história entusiasmou-me muito mais e as últimas 100 páginas foram praticamente lidas de uma só vez, tal era a minha ânsia em descobrir como terminava esta história.
Dou os parabéns ao autor pelas reviravoltas que criou no final e que me deixaram boquiaberta. A verdade é que fomos todos enganados, a história prometia um determinado desfecho, porém, acabou por acontecer algo que ninguém estava a prever. Eu, pelo menos, não previ, uma vez que o autor se esforçou em captar a nossa atenção para outros pormenores.
Não posso esquecer-me de mencionar que adorei as referências que o autor introduziu aos seus anteriores livros, tal como já vem sendo hábito. É muito engraçado encontrar estas brincadeiras do autor!
Em conclusão, penso que talvez este tenha sido o livro de que mais gostei. Nota-se o trabalho de pesquisa do autor, a dedicação e esforço que coloca em todo o livro e o cuidado na escrita. Não me apercebi de grandes gralhas ou erros de revisão, pelo que também encontramos aqui um bom trabalho por parte da equipa da Cultura Editora.
Uma leitura a não perder! Apoiem os autores portugueses! E esta opinião vem mesmo a calhar, dado que o Nuno já apresentou o seu novo thriller, que será lançado em janeiro de 2020.
Classificação: 4/5 estrelas
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