sábado, 20 de novembro de 2021

«Metamorfose» de Franz Kafka [Opinião]

 
Fui quase forçada a ler este livro por insistência do meu irmão. Já tinha lido, há vários anos, uma outra obra de Franz Kafka, que não me deixou muito convencida.
Como o livro tem pouco mais de 100 páginas, acedi a lê-lo.

Metamorfose é a história de Gregor Samsa que, num dia igual a tantos outros, desperta, de manhã, e vê que se transformara, durante o sono, num monstruoso inseto.

Embora esta ideia seja um pouco absurda, a verdade é que me cativou logo nas primeiras páginas. A escrita é totalmente acessível a qualquer leitor, não obstante tratar-se de um clássico publicado pela primeira vez em 1915.

Ao dar conta da sua nova situação, Gregor não se preocupa com a sua aparência. A principal prioridade para ele é descobrir como se poderá levantar da cama (não é fácil equilibrar-se naquelas patas) e ir trabalhar. Uma vez que é o principal responsável pelo sustento da família, Gregor leva muito a sério o seu trabalho, embora o deteste.

Quando finalmente consegue abrir a porta do quarto, toda a família se assusta. Voltam a fechá-lo no quarto e apenas a irmã tem a compaixão necessária para o ir alimentar todos os dias.

O autor vai narrando as angústias de Gregor, que se sente inútil e incapaz de ajudar a família. Ao mesmo tempo, vamos assistindo à forma como a família lida com ele: inicialmente, sentem medo; mais tarde, já o aceitam, embora o mantenham preso no quarto; e, por fim, sentem nojo dele, tratando-o como um estorvo.

Esta é sobretudo uma história sobre transformações internas e externas. Através das reflexões de Gregor, vamos percebendo como ele via a própria família e como as pessoas mudam quando esperam algo de nós e, de repente, deixamos de ser úteis. Contudo, Gregor não deixou de ser o mesmo, manteve as suas crenças e os seus valores
Está também aqui presente uma crítica à família, à sociedade e ao preconceito humano.

Metamorfose é uma história com um final triste e injusto, que nos ensina que é importante aceitar as mudanças e mantermo-nos fiéis a nós mesmos.

Classificação: 3/5 estrelas

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