(Atenção, esta opinião pode conter spoilers para quem ainda não leu o livro!)
O Espião Português foi o romance vencedor do Prémio Literário Book.it, em 2012, e que nos deu a conhecer o autor Nuno Nepomuceno.
Foi também a primeira obra do autor que tive oportunidade de ler.
Para começar, creio que nunca tinha lido nada sobre espionagem, não por não gostar da temática mas simplesmente porque, até hoje, nunca nenhum livro sobre o assunto me tinha vindo parar às mãos. E é ainda mais interessante ter sido escrito por um português.
Neste romance, conhecemos André Marques-Smith, um jovem de 27 anos, bom rapaz, dedicado à família e aos amigos. Tornou-se o mais jovem funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo um profissional muito dedicado.
Contudo, André tem uma vida dupla. Ele é Freelancer, um espião que trabalha para a Cadmo, uma organização semigovernamental internacional.
O livro mostra-nos um André um várias facetas da sua vida: como funcionário do Ministério, como espião e como uma pessoa normal com a sua vida privada, com mais ou menos problemas.
Aquilo que mais gostei, sem dúvida, foi a sua atividade enquanto espião. Adorei as missões e achei-as muito bem estruturadas e desenvolvidas. Havia suspense e ação e fiquei com a sensação de que estava a ver um filme do 007.
Depois também apreciei a forma como ele cumpria, ao mesmo tempo, as suas funções como acompanhante do Ministro, e como se esquivava nos momentos necessários.
Porém, André é um jovem que esconde um coração destroçado pelo rompimento do namoro com a Mariana. A relação de ambos foi-nos contada por breves momentos, para que pudéssemos compreender de onde vem a sua dor. Confesso que não me senti muito empática com o seu sofrimento, pelo simples facto de que o autor nos contou pouco acerca do namoro e senti falta de mais. Pareceu-me uma relação superficial e repentina e que o abalou demasiado. Se calhar até compreendo mais o lado da Mariana, dado que o André queria apressar muito as coisas e ela sentiu que ele não respeitava o que ela desejava para a sua vida.
Por momentos, irritei-me um bocadinho com a choraminguice do André, sempre a lamuriar-se por ter 27 anos e continuar solteiro. Fez-me alguma confusão. É verdade que há muitos homens que querem constituir família, mas também há muitos que apreciam a sua independência. Achei que este aspeto não fazia muito sentido na personalidade do André, pelo menos foi o que fiquei a sentir à medida que progredia na leitura.
No geral, foi uma leitura bastante agradável, repleta de ação, reviravoltas, enigmas e traições. O ritmo rápido permite uma leitura viciante e difícil de pousar. Sem dúvida que fiquei com vontade de ler a continuação desta série, bem como o mais recente trabalho do autor: A Célula Adormecida.
Classificação: 3/5 estrelas
As nossas opiniões até foram muito próximas. Concordo com tudo o que escreveste acerca do livro.
ResponderEliminarVamos lá ver se em 2018 conseguimos ler mais obras do autor.
Beijinhos
Agora que reli a opinião, lembrei-me de mais algumas coisas que poderia ter acrescentado, mas pronto. :P
EliminarSim, 2018 será para investir ainda mais em autores portugueses.
Beijinhos