segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

«O Menino de Cabul» de Khaled Hosseini [Opinião]


«Um romance maravilhoso... uma história admirável da cultura afegã. É um romance ao estilo de outros tempos que nos arrebata completamente.»
San Francisco Chronicle
 
O Menino de Cabul foi a minha primeira experiência com Khaled Hosseini, um autor afegão, cujas histórias nos dão a conhecer um pouco da cultura e da realidade afegãs.

Esta história inicia-se em 1975, em Cabul, e é contada por Amir, na altura um menino de 12 anos, que lutava para ganhar o afeto do pai. Nunca sentiu que o pai se orgulhasse verdadeiramente dele, por isso, tudo o que ele quer é ganhar um concurso anual de papagaios de papel, para impressionar o pai.

Hassan é o seu amigo mais chegado, e é também o criado da família, logo pertence a uma classe social inferior. Hassan é muito fiel, muito doce e verdadeiro para com Amir.
Contudo, a forma como Amir se sente em relação ao pai acabará por lhe moldar a personalidade e ter um efeito menos positivo na forma como acabará por tratar Hassan.

Esta é, portanto, a história de duas crianças que acabarão por ser separadas.

Ao longo desta narrativa, há inúmeros momentos de injustiça e passagens duras de ler, de uma crueldade indescritível. Algumas vêm da parte de Assef, um miúdo violento, tirano, um autêntico bully. Esta personagem mostra-nos como por vezes os miúdos conseguem ser cruéis uns com os outros. Odiei-o de início ao fim.

Fui surpreendida com as reviravoltas presentes nesta história (embora um bocadinho previsíveis), porém, é interessante como a vida muitas vezes nos conduz pelos caminhos da redenção. Quando fazemos mal a alguém, é sempre possível mostrar arrependimento e provar que somos capazes de ser bons, de dar um pouco de nós ao outro.

A escrita da autor é bela e cativante e, depois de ultrapassar a metade do livro, li o resto quase de uma só vez porque me sentia completamente envolvida pela narrativa.

O Menino de Cabul é uma história triste, com contornos muito duros, mas que encerra uma grande beleza. A certa altura, no livro, uma das personagens diz: «As histórias tristes dão bons livros», e só posso concordar plenamente.
Uma narrativa angustiante e que nos deixa de coração apertado, mas maravilhosa e que recomendo a quem aprecia um bom drama.
Fiquei fã do autor e vou, com toda a certeza, continuar a ler os seus romances.

Classificação: 5/5 estrelas

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