Quis ler este livro todo de uma vez. E, por outro lado, quis poupá-lo para que durasse o máximo de tempo possível. Acabou por ganhar a segunda opção.
Demorei duas semanas a ler este livro e foram duas semanas de verdadeiro prazer... e terror!
Bastou-me ler a sinopse para perceber que a premissa deste livro é excelente. Tinha todos os ingredientes para ser bom. Apesar da minha primeira experiência com Stephen King não ter sido espetacular, achei que devia dar-lhe outra oportunidade. Com tantas obras à disposição e sendo ele um nome incontornável dentro do género terror, certamente eu iria encontrar um livro que me agradasse. Só não esperava que fosse tão rápido!
Misery conta a história de um autor que se tornou famoso pela personagem dos seus romances cor-de-rosa. Um dia, decide matá-la. Pouco tempo depois, sofre um grave acidente e é socorrido por Annie, uma ex-enfermeira, que por acaso é também a sua maior fã e está furiosa com a morte de Misery.
Este livro retrata aquele que deve ser o pior pesadelo de um escritor: ter um fã doentiamente obcecado pelo seu trabalho.
O que mais me impressionou, logo para começar, foi o facto de que praticamente toda a ação do livro se passa no mesmo local. Acredito que serão poucos os autores que conseguem fazer isto e mesmo assim apresentar um livro tão dinâmico como este.
Se quando li A Luz senti alguns períodos de aborrecimento e dificuldade em prosseguir a leitura, neste livro isso não aconteceu. Antes pelo contrário, senti-me presa desde as primeiras páginas. E este livro já me permitiu encontrar o inegável talento de King.
As personagens estão muito bem construídas, especialmente Annie, dado que o leitor consegue sentir o mesmo medo que Paul à medida que vai compreendendo que está refém de uma louca. Quando Paul se porta mal, Annie sente que tem de o castigar. Porém, quando esses castigos começam a tornar-se mais intensos, o próprio leitor quer fechar os olhos, parar de ler, tudo para não descobrir de que é que Annie é capaz. Não imaginam as vezes que eu implorei para que ela não lhe fizesse mal.
Este livro é tão claustrofóbico que se torna aflitivo para o leitor; mesmo assim, é ainda mais doloroso parar de ler.
Houve duas cenas que me surpreenderam muito. A primeira ocorre mesmo no fim da primeira parte e é uma cena super simples que o autor prolongou por mais de dez páginas, o que me deixou completamente agarrada. A segunda ocorre no final da segunda parte e é uma das coisas mais tenebrosas que já li. Foi como se eu estivesse lá a assistir a tudo.
Por fim, gostava ainda de referir um aspeto que me agradou imenso: encontrei, neste livro, uma referência ao livro A Luz e sei que existem referências de Misery no livro O Retrato de Rose Madder (que vai ser uma das minhas próximas leituras). Segundo o que andei a investigar, parece que o autor faz isto com frequência: mencionar nos seus livros personagens ou eventos de outros livros. Acho fantástico quando um escritor faz isto e gosto ainda mais de ser capaz de as encontrar.
Como conclusão, posso afirmar que Misery foi, sem dúvida, um dos melhores livros que li este ano; talvez possa até arriscar dizer que foi mesmo o melhor do ano. Por isso, é uma leitura absolutamente recomendada para os fãs do género!
Classificação: 5/5 estrelas
Tenho taaanta curiosidade acerca deste!
ResponderEliminarVale mesmo a pena!! Experimenta :)
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