O Rio de Esmeralda é o primeiro romance de José Rodrigues, publicado em 2017, ao qual já se seguiram os romances Voltar a Ti e O Tempo nos teus Olhos.
Uma das coisas que chama de imediato a atenção nos livros do autor são as capas. Todas são compostas por fotografias da autoria de Sara Augusto e, devo dizer, são lindíssimas.
Curiosa com as opiniões positivas que tenho visto no instagram, tomei a liberdade de pedir um exemplar ao autor para leitura e escrita de uma opinião. Ele acedeu gentilmente ao meu pedido e fez-me chegar a casa um exemplar autografado de O Rio de Esmeralda.
Tal como a capa, o interior do livro também contém fotografias de Sara Augusto, uma no início de cada capítulo. Foi feito um trabalho muito bom, as fotografias são lindas e o interior do livro é muito agradável.
Comecei a leitura com imensas expectativas. Sentia-me contente por estar a ler e conhecer um novo autor português e queria perceber este fascínio que os seus livros têm provocado nos leitores. Contudo, por vezes, as nossas expectativas acabam por sofrer um pouco à medida que nos embrenhamos na leitura e é por isso que considero que esta opinião é difícil de escrever.
Sou sempre sincera nas minhas opiniões literárias, independentemente de o livro ser comprado ou oferecido por uma editora ou autor. Se a leitura não me cativou, digo-o e explico sempre o meu ponto de vista. Ser desonesto é enganar tanto os outros leitores como os próprios autores, que precisam de ouvir todos os sentimentos dos leitores para poderem melhorar.
Fiquei triste porque esperava gostar mais deste livro. Queria ter gostado mais.
[Fotografia da minha autoria]
O Rio de Esmeralda conta-nos a história de Esmeralda e António que, em jovens, viveram um grande amor. A vida acabou por separá-los e ambos seguiram novos caminhos. Mais de vinte anos depois, vão ter a possibilidade de um reencontro, que irá avivar a doçura de todas as memórias e sentimentos.
A escrita do autor é muito bonita e cuidada, notando-se alguma doçura na forma como aborda as personagens e os acontecimentos das suas vidas. Há metáforas interessantes, como comparar a vida de Esmeralda a um rio. No entanto, a prosa do autor centra-se muito no contar a história, ao invés de a mostrar, de nos transportar para dentro das páginas.
Gostava de ter visto um maior desenvolvimento do passado das personagens, do motivo por que saíram da aldeia bem como o porquê de se terem separado. Apenas nos foi dito que se separaram para irem para universidades diferentes e nunca mais se viram. Ora, isto é pouco para um leitor ávido por descobrir tudo acerca das personagens. Será que um amor tão forte morre assim? Deixa-se vencer facilmente pela distância sem dar qualquer luta?
Talvez eu não me tenha sentido muito ligada a estas personagens, embora todos nós já tenhamos alguma vez na vida passado por uma separação deste género ou por um amor não correspondido.
Senti também que os diálogos precisavam de ser mais trabalhados para serem mais realistas, ou seja, adequarem-se ao género, idade e profissão das personagens. Estas carecem igualmente de caracterização, de mais traços distintivos.
Não conheço os restantes livros do autor, não posso afirmar se houve evolução, uma vez que comecei pelo primeiro. No entanto, acredito que o autor tem bastante potencial se limar algumas arestas, nomeadamente o equilíbrio entre contar e mostrar.
Em suma, não deixo de salientar a importância de lermos e apoiarmos os autores portugueses e de escrevermos opiniões que os ajudem a ser ainda melhores.
Classificação: 2/5 estrelas
Nota: Este livro foi-me oferecido pelo autor em troca de uma opinião honesta.
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