Desta vez, demorei um pouquinho mais com o livro que a Silvana me enviou: o Vozes de Chernobyl. Foi uma leitura difícil e que precisei de intercalar com outros livros.
O desafio que a Silvana me propôs foi muito interessante. Vamos ver?
DESAFIO:
Diário de leitura
O desafio para este livro consiste na criação de um diário de leitura.
Assim, ao longo dos dias em que este livro te acompanhará terás de fazer um registo das tuas sensações, ideias, emoções, pensamentos ou qualquer outra coisa que aches relevante.
Não é necessário fazer registos diários!!
Podes seguir o seguinte exemplo:
Dia 1 - Segunda-feira, 9 de Março de 2019
Leitura: Da página X à página Y
(Registo)
A MINHA RESPOSTA:
Dia 1 – Domingo, 15 de março de 2020
Leitura: primeiras 24 páginas
O prefácio de Paulo Moura deixou-me com uma imensa curiosidade de me lançar para dentro deste livro. Foram mencionados os anteriores livros da autora, cujos títulos escritos com o alfabeto cirílico me recordaram de que preciso de retomar o curso online que comecei a fazer para aprender russo. Já estou esquecida de como se leem certas letras do alfabeto e isso torna mais difícil ser capaz de ler as palavras!
A Introdução Histórica deixou-me agoniada com os números apresentados em relação a este desastre nuclear.
Dia 2 – Segunda, 16 de março de 2020
Leitura: pág. 25-44
Uma solitária voz humana – o testemunho da mulher do bombeiro Ignatenko. Senti-me indignada quando ela contou que quando se anunciou que a cidade seria evacuada, as pessoas ficaram contentes por irem viver em tendas de campismo na floresta. Associei isto de imediato à irresponsabilidade de algumas pessoas no início do surto do coronavírus em Portugal.
Depois senti-me de coração destroçado durante a leitura do restante capítulo. Que história tão triste.
Dia 3 – Terça, 17 de março de 2020
Leitura: pág. 45-56
Entrevista da autora consigo mesma. Surpreendeu-me que ela tenha demorado quase vinte anos a escrever este livro e senti-me orgulhosa por ela considerar que Liudmila Ignatenko é uma das suas heroínas.
Dia 4 – Terça, 24 de março de 2020
Leitura: pág. 57-81
Iniciei o Capítulo 1 – Terra dos Mortos – e senti-me bastante sensibilizada com o testemunho de Nikolai, um pai que nos conta que perdeu a filha de sete anos devido à radiação.
Dia 5 – Quarta, 25 de março de 2020
Leitura: pág. 81-116
Encontro cada vez mais semelhanças com a situação atual: os idosos eram os mais difíceis de convencer de que teriam de abandonar as suas casas devido à radiação; outro testemunho refere que os homens estavam a morrer mais que as mulheres.
Fico parada quando vejo frases como “Tenho medo quando vejo muita gente.”, neste testemunho, a pessoa falava sobre o medo da guerra e dos homens com espingardas. E não deixo de fazer paralelismos com a Covid-19.
Terminei o capítulo; achei muito interessante o Coro dos Soldados, mas igualmente difícil de ler, com alguns testemunhos realmente chocantes.
Dia 6 – Sábado, 11 de abril de 2020
Leitura: pág. 117-137
Depois de uma pausa de alguns dias, iniciei o Capítulo 2 – Obra-prima da criação – e um dos textos que mais me impressionou foi o monólogo dos caçadores contratados para percorrer as ruas e matar os animais domésticos de forma a evitar epidemias. Recordo-me de que foi das cenas que mais me impressionou também na série.
Dia 7 – Sexta, 17 de abril de 2020
Leitura: pág. 136-166
Senti-me muito triste com o testemunho de uma senhora idosa que estava a ser evacuada de casa e se recusava a deixar o seu gatinho para trás. Adoro as minhas gatas, que são tratadas como membros da família, por isso é doloroso ler tudo o que diz respeito a animais.
Dia 8 – Domingo, 19 de abril de 2020
Leitura: pág. 167-216
Li uma comparação muito interessante entre Chernobyl e a tragédia do Titanic, no que diz respeito ao comportamento das pessoas que, neste caso, continuavam a festejar, a conviver, a dançar, enquanto no fundo do navio a água inundava já os porões inferiores.
Por fim, no final do capítulo foi especialmente difícil ler o Coro popular, com testemunhos dolorosos de pessoas que perderam maridos, filhos, e viveram rodeados de doença e morte.
Dia 9 – Sexta, 24 de abril de 2020
Leitura: pág. 217-250
Iniciei o Capítulo 3 – Admiração pela tristeza – e um dos testemunhos que mais me impressionou foi o de Nina, mulher de um liquidador.
Dia 10 – Domingo, 26 de abril de 2020
Leitura: pág. 251-279
Anotei as duas frases seguintes:
“Perturbou o nosso equilíbrio. A nossa confiança em todas aquelas coisas em que estávamos habituados a confiar.”
“Chernobyl está em toda a parte, à nossa volta, não temos escolha – temos de aprender a viver com ele.”
Referem-se à tragédia de Chernobyl mas impressionaram-me porque se adequam perfeitamente à situação de pandemia que vivemos atualmente.
Dia 11 – Segunda, 27 de abril de 2020
Leitura: pág. 280-302
Impressionou-me o testemunho de Vassíli, um físico, antigo diretor do Instituto de Energia Nuclear, devido à forma como ele lutou para salvar as pessoas, de como levantou a voz e se fartou de ser ignorado pelo governo, que simplesmente afirmava que tudo estava controlado. Um testemunho arrepiante!
Dia 12 – Quinta, 30 de abril de 2020
Leitura: pág. 281 até ao fim
Achei muito interessante que no final de cada capítulo a autora incluísse um coro. Depois do Coro dos soldados e o Coro popular veio o Coro das crianças, talvez um dos mais difíceis de ler devido à visão tão inocente das crianças em relação a esta terrível tragédia e à morte.
Por fim, a autora terminou o livro da mesma forma como o começou – com uma solitária voz humana. Foi a vez de Valentina, mulher de um liquidador, nos contar a sua triste e tocante história.
Fizeste aí um bom registo da tua experiência de leitura.
ResponderEliminarEnviei-te o livro antes da "bomba" COVID-19 estoirar nas nossas mãos. Acabei por te enviar uma leitura dura para uma época dura.
Estou ainda mais curiosa para ler o livro.
Beijinhos
Obrigada. Até gostei muito do desafio. Nos dias em que lia (que afinal foram apenas 12, mas distribuídos ao longo de um mês e meio) fazia sempre o registo no fim.
EliminarFoi uma leitura dura mesmo, estava sempre a encontrar parecenças com a bomba Covid-19, e por isso precisei de mais pausas.
Espero que possas lê-lo mal eu to devolva!
Beijinhos
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