A Morte do Papa foi lançado em janeiro deste ano e é o novo thriller religioso de Nuno Nepomuceno. Entretanto, mesmo há poucos dias, foi lançada um reedição de A Célula Adormecida, um dos seus trabalhos anteriores, e cuja opinião publiquei aqui.
Neste thriller, o catolicismo volta a estar em grande plano. Nuno inspirou-se na vida do Papa João Paulo I e em todo o mistério que envolveu a sua morte, 33 dias depois de ter sido eleito Papa.
A par disso, incluiu na narrativa o desaparecimento da jovem Gabriella Accardi, inspirada na história de Emanuela Orlandi, uma jovem que desapareceu com 15 anos, pouco tempo depois de sair da aula de música. De acordo com a pesquisa do autor, o desfecho deste caso continua atualmente por explicar, pelo que o desfecho que encontramos no livro partiu da imaginação do autor.
Cheguei a referir que A Última Ceia teria sido um dos meus livros preferidos do autor por apresentar um registo diferente, mas devo dizer que mudei novamente de ideias. A Morte do Papa surpreendeu-me imenso e, após ultrapassar alguns obstáculos iniciais, conseguiu agarrar-me e tornar-se uma leitura bastante frenética.
[Fotografia da minha autoria]
Este livro volta a confirmar a excelente trabalho de pesquisa que o autor leva a cabo em cada um dos seus livros. Somos conduzidos para dentro do seio da Igreja Católica, conhecendo o seu modo de funcionamento bem como as intrigas e o ocultar da verdade por parte das personagens.
Adorei reencontrar o Professor Catalão e a sua esposa Diana Santos Silva. Ambos vão colaborar com Paolo, um jornalista italiano que se encontra a investigar o desaparecimento da jovem Gabriella.
Conhecemos também outra faceta humana e insegura do Professor, quando tem um ataque de ciúmes por acreditar que anda a ser traído. Esta atitude deixou, contudo, algumas feridas neste casal e estou curiosa por descobrir como será o desenrolar da história destes dois, num futuro livro.
Voltei a encontrar o fantástico humor do autor em introduzir personagens de outros livros e em referir-se a ele próprio. Confesso que estou sempre à espera destes momentos quando pego nos seus livros novos.
No que diz respeito à escrita, acredito que o autor continua a evoluir. Tive a confirmação neste livro de que os seus diálogos são muito bons. É difícil escrever diálogos, torná-los claros, reais, coerentes, sem excesso de floreados, e o Nuno consegue isso muito bem.
Em conclusão, A Morte do Papa é mais um excelente trabalho deste autor que já é tão acarinhado pelo público português. Se nunca leram nada do autor, creio que está mais do que na hora de finalmente experimentar. Apoiem e leiam os autores portugueses!
Classificação: 4/5 estrelas
Por acaso é um dos escritores que está a despertar em mim alguma curiosidade nos livros que tem lançado.
ResponderEliminarSe tiveres oportunidade, experimenta. Tem thrillers religiosos muito interessantes. :)
EliminarBoas leituras!