«Impossível parar de ler, profundamente impressionante e intenso, com uma imprevisibilidade tal que mesmo o leitor mais familiarizado com livros de suspense sentirá suores frios.»
Booklist
Este thriller despertou a minha curiosidade no momento em que foi lançado em Portugal. O mistério de uma personagem que mata o marido e nunca mais diz uma palavra encheu-me de imediato as medidas.
Alicia Berenson tem tudo para ser feliz. É uma pintora jovem e famosa, vive numa casa sublime com o marido, Gabriel, um fotógrafo de moda. Uma noite, quando ele chega a casa, ela mata-o com cinco tiros e nunca mais diz uma palavra.
A sua recusa em falar transforma-se num mistério para a comunicação social. E para o leitor, claro!
O que aconteceu realmente naquela noite? Por que razão Alicia assassinou o marido? E por que razão se recusa a falar?
Passados seis anos, Theo Faber entra em cena. É um psicoterapeuta curioso pelo caso e que há muito desejava trabalhar com esta paciente. Está determinado em fazê-la falar e conseguir, por fim, desvendar todo este misterioso assassínio.
Não sabia muito bem o que esperar deste livro mas devo confessar que não esperava que a história se centrasse tanto em Theo. É ele quem nos conta toda a história de Alicia e é na sua perspectiva que acompanhamos o desenrolar dos acontecimentos desde que ele chega à clínica.
De Alicia vamos tendo alguns vislumbres através de um diário que ela foi escrevendo algum tempo antes da data do crime.
A primeira metade do livro não é propriamente empolgante. A história desenvolve-se a um ritmo mais lento e é ainda muito cedo para desvendar o mistério. Contudo, a nossa curiosidade mantém-se e garanto-vos que o livro cumpre o que promete na premissa.
A terapia acaba por ter um papel menos relevante na história e é como se tivesse sido moldada para se enquadrar nos propósitos do autor.
[Fotografia da minha autoria]
Theo é uma daquelas personagens com quem formamos uma empatia um pouco estranha. À medida que vamos tendo conhecimento da sua tragédia pessoal, vamos percebendo que ele é um homem cheio de fantasmas, ainda com alturas da sua vida em que se sente muito inseguro e fragilizado. Está a passar por problemas no casamento, porém, a forma como se comporta também não é das melhores.
Em variadas alturas cheguei a pensar que ele não era a pessoa ideal para tratar Alicia e que ele próprio também deveria estar internado. Acredito que, quando todo o livro se passa numa clínica psiquiátrica, seja difícil manter a sanidade!
O autor soube dosear muito bem o suspense ao longo de toda a narrativa. Nada neste livro é o que parece e chegamos até a duvidar da culpabilidade de Alicia, uma vez que ela estava rodeada de gente estranha: um cunhado assustador, um primo mentiroso e um ganancioso dono de uma galeria de arte. Ou seja, todos teriam motivos legítimos para assassinar Gabriel e culpar Alicia.
O final do livro é completamente imprevisível. Aquele parágrafo final, a alguns capítulos do fim, é como levar uma bofetada. É um balde de água fria que nos cai em cima. É a reviravolta alucinante que nos permite compreender de imediato tudo o que não fomos capazes de ver ao longo do livro.
Já li muitos thrillers, estou familiarizada com este género que adoro e posso afirmar que esta terá sido uma das melhores reviravoltas finais que encontrei neste género de livros. Incrível!
Se ficaram curiosos, leiam! Desafio-vos a tentar desvendar o mistério antes de este vos ser revelado.
Alex Michaelides é um autor que pretendo continuar a acompanhar. A Paciente Silenciosa é a sua obra de estreia e mal posso esperar por ter nas mãos mais livros deste autor!
Classificação: 4/5 estrelas
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