Uma Mulher Respeitável é o segundo romance histórico de Célia Correia Loureiro e surge no seguimento do livro A Filha do Barão. O romance retoma um mistério que ficou em aberto no final do livro anterior embora, na minha opinião, possa ser lido individualmente.
Li o primeiro livro em 2016 e confesso que, volvidos três anos, já não me recordo inteiramente de muitos pormenores da história. Recordo-me, sim, de ter demorado quase um mês a concluir a leitura, uma vez que é um livro bastante denso. Por essa razão, receava que este novo livro me tomasse também todo esse tempo.
Deixem-me dizer-vos que não há qualquer problema em demorar duas, três ou quatro semanas a ler um livro. Pessoalmente, não gosto de demorar muito tempo, pois fico com a sensação de que, quanto mais tempo passa, mais me sinto desligada da história e das personagens.
Felizmente, nada disso aconteceu com este livro que, logo desde o primeiro capítulo, me surpreendeu por ser tão cativante e por me deixar imediatamente interessada.
A única desvantagem deste livro é a letra exageradamente pequena, o que poderá dificultar a leitura a algumas pessoas. No meu caso, ultrapassei rapidamente essa dificuldade e não demorou muito tempo até me sentir transportada para dentro destas páginas.
[Fotografia da minha autoria]
Mariana de Albuquerque e Turner regressa passados 50 anos. E que bom que foi reencontrar esta personagem! Desta vez, recebe uma pista de que uma reclusa que se encontra na prisão poderá ser a filha que ela perdeu em 1809.
Determinada a descobrir a verdade, Mariana tudo fará para conseguir que esta mulher fale e lhe revele a sua história.
O livro está organizado em capítulos curtos, que apelam à leitura, e é através de avanços e recuos no tempo que vamos descobrindo tudo acerca de Leonor Sanches, ou Evelyn St. Clair. Adorei a forma como a autora nos apresentou a história; aprecio imenso estas viagens entre presente e passado, permitindo-nos descobrir um acontecimento de cada vez e, desta forma, manter a curiosidade mais viva do que nunca.
Acredito que para alguns leitores poderá ser confuso estar sempre a saltar no tempo, mas este é um aspeto que me agrada nos livros, principalmente se houver organização, o que é totalmente o caso deste livro.
Leonor Sanches é uma personagem incrível. Embora, à primeira vista, na prisão, nos pareça apática e desinteressante, mais tarde compreendemos que isso se deve a tudo o que passou na sua vida. E não foi pouco! As desgraças e o sofrimento que vivenciou fizeram dela uma mulher implacável e movida por um insaciável desejo de vingança.
Tenho de confessar que adoro a temática da vingança nos livros e, por essa razão, senti esta história com outra intensidade.
O final não foi feliz e deixou-me com um sentimento melancólico, porém a realidade é que a vida também tem os seus momentos negros, e este livro mostra-nos as consequências graves que os desencontros podem ter nas relações humanas.
Li que este livro é o segundo de uma trilogia, mas não tenho a certeza se a autora vai mesmo escrever um terceiro livro. Contudo, deixo aqui a minha dica: adorava conhecer melhor o Victor St. Clair.
Ontem, dia 22 de maio, comemorou-se o Dia do Autor Português. Deixo-vos esta sugestão de leitura, um livro realmente bom, com uma escrita soberba e adequada à época, de uma das melhores autoras que temos atualmente na geração mais jovem. Por favor, leiam os livros da Célia Correio Loureiro! Apoiem o que é português!
Classificação: 5/5 estrelas
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